Há um ditado que diz: “Bondade repetida gera expectativa e, com o tempo, torna-se obrigação. Por fim, bondoso vira vilão”. Às vezes demora pra gente entender que colocar limites muitas vezes nos torna “vilões” da vida de alguém, mas isso nos torna heróis de nossa própria história.
Quantas vezes não fui a vilã de minha própria existência, engolindo raiva, ressentimento, me sentindo ansiosa e esgotada simplesmente por não saber impôr limites ou dizer “não”? Me machucando internamente para que todos ficassem bem, ou no mínimo felizes comigo? Sem saber que aqueles que se beneficiavam da minha falta de limites na verdade eram os que mais precisavam deles?
Colocar limites nos aproxima de nossa versão mais autêntica, e nos afasta da versão de nós mesmos que existe somente para agradar.
Algumas pessoas irão construir uma imagem que represente você, e essa é a versão delas sobre você, não quem você é de fato. Essa é a versão que, para elas, é mais fácil de amar. E quando você expõe quem realmente você é, muitas vezes você destrói a ilusão que essa pessoa criou a seu respeito, e isso pode ser doloroso para elas. Mas entenda: esse é um problema delas, não seu. Você não precisa mudar quem você é para se encaixar no modelo que outra pessoa criou para você.
Estabelecer limites é autocuidado. Pois, quando você aprende a dizer “não”, você aprende a se preservar, a se ouvir, a andar no seu ritmo, a se portar naturalmente, a se vestir como deseja, a escutar seus desejos, a entender o que é importante para você. Você começa a se valorizar, a refletir antes de conceder permissões, a se conhecer e se priorizar. Você se torna herói da história que quer contar, mesmo que isso signifique ser vilão na vida de alguém.