Farofa: a Miss Simpatia da mesa brasileira

Pode ser apenas ovo e farinha, com bacon ou jiló, o fato é que a farofa é a Miss Simpatia da mesa brasileira. Combina com cerveja gelada, acompanha o frango assado na praia e é elemento de discórdia quando se faz a pergunta: Com ou sem uva-passa?

Farofa, por si só, é uma palavra fofa, mesmo quando se refere a um amontoado de gente. Até parece termo inventado pela tia, gente boa, que todo mundo convida para ser madrinha de batismo.

Democrática e versátil, farofa boa é igual a coração de mãe: sempre cabe mais um. Tem gente que adiciona banana; outros, linguiça calabresa; e vegetarianos ficam satisfeitos com o mix abobrinha, cenoura ralada e farinha. Pode ser feita com mandioca ou milho, pouco sal ou temperada. É feminina e feminista, o que faz da farofa, a candidata ideal à presidência do Brasil. É experiente, mas sabe ser moderna e pouco conservadora. Incentiva a igualdade social, pois frequenta a casa de ricos e pobres. Independente, pois fica bem sozinha ou acompanhada. É, além de tudo, espiritualizada, já que faz parte de rituais sagrados de origem africana.

Farofa no Natal, no churrasco e a que deu o ar da graça na chamada “soca da festa”.

Farofa, meus caros, é melhor que muita gente! Promove até a paz mundial ou, pelo menos, encerra as brigas familiares no almoço de domingo. Afinal, ninguém se atreve a falar “Vai se fu*%$!” com a boca cheia de farinha. Pelo menos, não deveria!

Além de gostosa, essa receita brasileira, por consideração, também desperta curiosidade: existe farofa em outros países? Farofa engorda? Farofa combina com aveia? Quem veio primeiro: o ovo ou a farofa? Perguntas que somente o senhor Google pode nos responder. Já eu, aqui na minha Minas Gerais, posso apenas lhe confidenciar:

_Farofa é um trem bão demais da conta, sô! Bobo de quem não experimentar.

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Photo by Jonathan Borba on Unsplash



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Cris Mendonça é uma jornalista mineira que escreve há 14 anos na internet. Seus textos falam sobre afeto, comportamento e Literatura de uma forma gostosa, como quem ganha abraço de vó! Cris é também autora do livro de crônicas "Mineiros não dizem eu te amo".

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