A cidade de Araraquara, localizada interior de São Paulo, virou exemplo pro restante do país ao conseguiu derrubar praticamente pela metade os novos casos de covid-19. O sucesso disso deve-se ao lockdown na cidade realizado por 15 dias.
“A gente saiu de quase 50% dos testes positivados para 23%. Hoje, estamos colhendo os frutos do ‘lockdown’ com a diminuição do número de casos. Foi um fruto doído, mas bem recebido porque mostra que a gente conseguiu diminuir a transmissão. A gente tira a lição do quanto é importante o isolamento social”, explicou a Secretária Municipal de Saúde da cidade, Eliana Honain.
A meta principal era diminuir a circulação do vírus e o primeiro indicador a ter redução – o número de contaminações – aponta exatamente nessa direção. Moradores não podia circular na cidade sem justificava, assim como muitas cidades na Europa fizeram.
O lockdown começou no último dia 21 de fevereiro, logo após a cidade bater o seu recorde de casos com 248 registros.
No mais recente boletim, divulgado no último dia 8, apenas foram registrados 58 casos, somando 15.577 infectados desde o início da pandemia no país e na cidade do interior.
Para estar na rua, as pessoas precisam apresentar algum documento justificando a circulação, sob pena de ser multa de R$ 120, caso não exista uma justificação.
Ainda segundo Eliana, a redução nos óbitos deve demorar por volta de dez dias para diminuir. Isso devido à dinâmica da doença, que começa a se agravar entre o oitavo e o décimo dia após a contaminação.
“Ainda não há resultado no número de mortes porque os pacientes que vieram a óbito estavam internados há mais tempo, foram contaminados no período de maior transmissibilidade”, explicou. “É muito triste isso porque, se não fossem tantos contaminados, nós, com certeza, não teríamos esse número de óbitos.” acrescentou.
“É o esperado, mas não é o suficiente. Para a gente ter uma tranquilidade, os positivados têm que chegar a apenas 5% dos testes coletados diariamente. Para ter uma situação de controle, existem só duas ações: o isolamento e a vacina, que é muito precária por conta da disponibilidade e que não depende dos municípios”, concluiu a secretária.
Com informações G1
Foto: Luciano Claudino / Estadão Conteúdo