Eu só tento me respeitar, me admirar, me pertencer

eu sou um móbile de sentimentos dissonantes, mas em nenhum deles você pode dizer que faltou coração, honestidade e intensidade.

eu não só posso, como tenho essa atração instantânea pelo onírico. me encanta sonhar, me interessa fazer daquilo que ninguém acredita ou leva fé uma realidade presente na minha vida.

tem um custo ser assim. relacionamentos se encerram, conversas são interrompidas e os dias às vezes são mais solitários do que eu gostaria. mas não me arrependo. não posso me culpar por acreditar no além do que se vê, sente, permanece.

eu sou um móbile governado pelo coração. e ele é honesto e intenso demais pra ficar estacionado no mesmo lugar, pra ficar se contorcendo e se punindo por algo que ele não pode ser, quando na verdade ele pode tudo e já é tudo.

questionar o banal é o motor emocional que me enche os olhos, que me faz derramar o meu copo sempre cheio. cheio de querer e curiosidade que caminha sempre tentando seguir em frente. às vezes tropeço nas minhas próprias pernas, mas é porque me empolgo.

a minha natureza é feita desses encontros, dessa busca pelo não definido, não descoberto, não aprisionado. eu gosto de entardecer e anoitecer debaixo daquilo que acredito e me traz sorrisos.

não vejo graça em nada cômodo, repetido, sem dar o frio na barriga que entorpece, que provoca, que te tira da zona de conforto. eu desejo ser e busco isso todos os dias.

mas nada disso é uma ciência exata. aliás, não existe uma ciência ou uma lógica aqui dentro do meu peito. eu só tento me respeitar, me admirar, me pertencer. se isso significa acreditar em moinhos de vento, que seja.

eu tenho coração, honestidade e intensidade. preciso de mais? acho que não. a minha felicidade transita junto da tristeza, mas insisto. sou teimoso demais quando o universo finge paisagem.

Imagem de capa: Omid Armin via Unplash



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