Cientistas brasileiros descobriram que o bagaço da cana-de-açúcar, um dos principais resíduos da agroindústria no país, consegue “limpar” água contaminada com cobre ou crômio. Uma grande descoberta que precisa ser divulgada.
O estudo, feita por pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em colaboração com Unifesp – Universidade Federal de São Paulo – e com apoio da Fapesp e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), já está publicada em dois artigos na revista especializada Environmental Science and Pollution Research.
Os pesquisadores explicam que um compósito – material híbrido que apresenta características distintas de seus precursores – produzido a partir do bagaço da cana e de nanopartículas magnéticas removeu cobre e crômio na água.
“Sua natureza híbrida, que une as propriedades da matriz biológica [bagaço de cana] com as magnéticas das nanopartículas de magnetita, permite que os materiais propostos no trabalho sejam versáteis. Ou seja, o material também pode ser aplicado na remoção de moléculas orgânicas [corantes sintéticos, drogas, hormônios e pesticidas], o que reforça seu potencial para tratamento de água e efluentes”, escreveu o grupo de cientistas nos artigos Nanomodified sugarcane bagasse biosorbent: synthesis, characterization, and application for Cu(II) removal from aqueous medium e Hexavalent chromium removal from water: adsorption properties of in natura and magnetic nanomodified sugarcane bagasse.
A técnica também pode ser adaptada pra retirada de corantes sintéticos, drogas, hormônios e pesticidas que estejam na água..
Em testes realizados em laboratório, os cientistas já conseguiram que outros compósitos – feitos à base de resíduos de biomassa e magnetita – removessem até mesmo petróleo bruto e outros tipos de óleo derramados em água, tendo resultado de mais de 80% de eficácia.
Com informações Agência Fapesp
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