amor é conexão. eu não consigo me desligar dessa combinação de palavras.
elas fazem tanto sentido hoje em dia pra mim quanto na primeira vez que senti o desconforto das borboletas no estômago que era estar amando outra pessoa.
lembro que fantasiava o futuro enquanto mal sabia lidar com o presente – temporal e orgânico, do sentir dentro de mim.
invertia os papéis e conversava por horas sozinho como se daria o amor, como ele encontraria o caminho mais saudável e equilibrado para germinar, evoluir e se transformar numa definição que até hoje não consigo descrever – e espero que nunca ocorra, pois essa busca me motiva a continuar amando. além das decepções e percepções, o que muda no amor da primeira vez para o mais recente é a sua contribuição para sê-lo.
antes, a experiência de amar, a noção do carinho, da estima, da contemplação… era tudo novo, distante de qualquer repetição. mas nada disso é ruim, muito pelo contrário. com o tempo, você entende que o novo continua novo, inclusive o amor.
muda o paladar, o tato, a compreensão da grandiosidade e da responsabilidade de estar em contato nu com o amor.
amor e conexão. amor é conexão. poder amar é uma das sutilezas mais escancaradas, encantadoras, eufóricas e também tristes da vida. porque você não quer perder, mas sabe que sempre existirá a possibilidade de rumar para futuros seguintes.
aprendi a respeitar a mobilidade do amor, o que me torna, novamente, alguém que fantasia e às vezes só quer viver em paz o amor presente.
Imagem de capa: Chemical Hearts (2020) – Dir. Richard Tanne