Como superamos um relacionamento que termina em reticências, quando queríamos um ponto final?

e quando bate aquela saudade da relação que nunca foi uma relação de verdade? daquelas em que você mergulhou de corpo inteiro no momento mas que, por algum motivo, terminou sem fim?

uma das piores coisas dos relacionamentos são os que ficam sem desfecho, que ficam entalados no coração, provocando cada cantinho da nossa pele e despertando prazeres em lugares que nem sabíamos que era possível.

dói. melhor, arrasa você por dentro. porque não chega a ser uma dor, mas uma tempestade que passou e você sequer se deu conta que acabaria. daí o ego, o apego, e todos os nossos sentimentos mais equilibrados entram em rota de colisão e perdem o controle. tudo porque não existiu um final.

é diferente daqueles términos em que você sabe: a história não acaba aqui. uma sequência é inevitável. mas não nestes casos. quando aparecem as reticências você não aceita, não concorda, não supera. esse falso sentido de continuidade que crescemos assistindo em comédias românticas é a mais pura ilusão.

o não saber é pior do que saber. o medo de nunca descobrir se você apostaria naquilo é aterrorizante ao ser comparado com a certeza de dar ou não certo tal relação. é a impotência da alma. é o impulso que travou sem você notar.

escavar o passado ou seguir em frente? tem resposta certa? tem. mas pra chegar nela você precisa literalmente bater de frente com você. duvidar, questionar os motivos, bater um papo super sério consigo se vale ou não a pena.
a situação é tão ímpar que a opinião de qualquer pessoa é simplesmente desorganizar o que já estava bagunçado. não adianta muito, nem mesmo nas melhores das intenções.

amadurecer tem o seu preço e entrar numa relação não é diferente. cada um é responsável pelo controle da própria razão em parceria com a euforia do coração.

você que lute. você que decida o quanto isso te afeta e te impede de aceitar o capítulo sem ponto final e iniciar outro sem nenhum arrependimento. às vezes a vida é assim: te pega no calcanhar e desmorona todas as certezas que você achava que tinha.

Imagem de capa: Roberto Nickson@rpnickson via Unplash



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