Eu sei que agora, provavelmente você deve estar se sentindo culpada. Eu também estou com esse mesmo agridoce no peito, mas não me arrependo da nossa noite de ontem.
Não vejo como possamos ter errado em algo se apenas fizemos tudo de mais honesto em relação ao desejo, ao carinho, ao chamado que recebemos um do outro. Eu sei que assumir essa realidade é colocar em risco uma amizade profunda instaurada nos melhores pilares da reciprocidade, da parceria. Eu sei disso. Mas o auge do amor não seria assim? A raridade na sintonia entre duas pessoas que já se respeitam, que já se conhecem, que se admiram constantemente?
Lógico que não foi planejado o beijo, os meus dedos deslizando na sua nuca, envolvendo os seus cabelos aos poucos. Como eu sei que também não foi premeditado você sorrir tão serena pra mim, encostando a sua cabeça no meu peito e me abraçando igualzinho todos os outros abraços que já me deu, só que agora com os nossos corações a bater no mesmo instante. Eu acordei hoje sem rumo. Admito que não quero esquecer de horas atrás e tampouco da explosão que surgiu junto dela.
Se você me perguntar se ainda somos amigos após inúmeras intimidades descobertas até para quem confia plenamente na pessoa do outro lado, eu vou responder para você que não faço a mínima ideia. A última coisa que quero é mentir, então transbordo aqui, neste exato texto, que o seu cheiro ainda está comigo. Eu sinto saudades. Ontem tive um dos sonhos mais incríveis e você estava nele.
Para a minha sorte foi tudo de verdade. Eu passei o dia inteiro pensando em te dizer o que o meu corpo entregou naquela cama. A conclusão? Eu fecho os olhos e só vejo a gente. Amanhã, se for o caso, dissemos adeus aos amantes que fomos em uma eufórica coincidência do destino e voltamos a ser apenas bons amigos.
Sugestão: ler o texto com a música Say Goodbye – Dave Matthews Band
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@yohannlibot
