“Cada segundo é tempo para mudar tudo para sempre”

“Cada segundo é tempo para mudar tudo para sempre”. (Charles Chaplin)

Palavra alguma gosta de corpos meio cheios. Elas precisam sair e ganhar vida. Quando a tempestade passar, não vai ficar tudo bem. Não vai ficar tudo lindo. Por mais abraços, beijos e ternuras que mereçamos trocar quando toda essa turbulência mundial passar, de nada vai adiantar se não estivermos propícios e interessados na mudança, na transformação de quem somos para quem podemos ser.

Quando a tempestade passar, espero que estejamos prontos para sentimentos mais amplos e coletivos. Porque do jeito que estávamos e do jeito que ficamos, ficou bem nítido para todos os povos e crenças que não é impossível seguirmos assim. Acho bom aproveitarmos essa infeliz situação para amadurecermos o que temos dentro de nós. Para crescermos e melhorarmos ainda mais os nossos melhores lados e sim, diminuirmos os nossos piores lados. Porque a balança está em desequilíbrio, onde falta amor e nenhuma razão.

Quando a tempestade passar, espero que tenhamos o coração mais sábio, nutrido de honestidade emocional e de apego pela empatia e do completo desuso dos egoísmos, dos comportamentos imaturos e prejudiciais não só ao nosso corpo físico, mas também ao mental. Porque a alma só consegue evoluir quando entendemos o valor das nossas escolhas, do nosso papel no mundo. E, até o momento, estamos falhando miseravelmente, mesmo com raras exceções, no que diz respeito a evolução humana.

Quando a tempestade passar, espero não ser mais o mesmo e espero que você não seja mais a mesma pessoa também. Que a gente aprenda, sem a necessidade de novas catástrofes e tragédias, sejam elas criadas pelo ser humano ou não, a buscarmos sentido e pertencimento. Porque se reinventar não custa nada. São só algumas doses de esforço e muitas outras de atenção.

Quando a tempestade passar, quero além dos carinhos, poesia. Não quero olhar para os lados e ver mais ódio. Não quero sentir a sensação do mais eu e menos você. Não quero o gosto amargo das lágrimas de quem não se convenceu de que o mundo muda quando mudamos o universo que temos dentro de nós.

Quando a tempestade passar, não quero passar pano nas minhas emoções. Quero elas livres e acolhidas por pessoas reconhecidamente evoluídas e diferentes daquela época em que raios e trovões nos colocaram sob o teto da hipocrisia.

Imagem de capa: Fernando Cabral/Pexels



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