A ELA, uma doença degenerativa que leva a perda progressiva do controle muscular e que atualmente não tem cura, pode ter finalmente ter encontrado um tratamento eficaz que impeça a sua progressão, que afeta a capacidade de falar, comer, mover e até de respirar. É a mesma doença que tinha o físico Stephen Hawking, falecido em 2018, aos 76 anos.
A descoberta foi feita por pesquisadores americanos que desenvolveram uma injeção que pode ser a salvação da ELA – esclerose lateral amiotrófica,
A injeção, aplicada em roedores em laboratório, foi criada na Universidade da Califórnia, em San Diego, foi capaz de bloquear a progressão da doença – mas somente se aplicada depois do surgimento dos primeiros sintomas da ELA.
A injeção usa um silenciador genético transmitido por vírus para deter a ELA. A boa nova foi publicada na última semana do ano pela revista científica Nature Medicine e na MedicalXprex.
“A administração subpial espinhal de AAV9 permite o silenciamento generalizado de genes e bloqueia a degeneração de motoneurônios na ELA”, diz o título da reportagem em inglês.
A injeção é administrada abaixo da pia-máter, uma delicada membrana que envolve o cérebro e a medula espinhal do ser vivo.
Em roedores que apresentaram sintomas do tipo ELA, tiveram com a injeção um imediato bloqueio e consequente impedimento da progressão da doença e também a degeneração dos neurônios motores. Não houveram efeitos colaterais.
Em cobaias sem os sintomas da doença, ela correspondeu à proteção quase completa dos neurônios motores e outras células dos animais.
“No momento, essa abordagem fornece a terapia mais potente já demonstrada em modelos de ratos com ELA no gene mutado SOD1”, disse o principal autor do estudo, Martin Marsala, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de San Diego.
Os cientistas responsáveis por essa nova invenção acreditam que a injeção provavelmente também será eficaz no tratamento de outras formas hereditárias de ELA, ou outros distúrbios neurodegenerativos ligados ou com a coluna vertebral em evidência.
Os pesquisadores já testaram a segurança da injeção em animais maiores, como porcos, com medulas espinhais mais parecidas com as de seres humanos.
No entanto, mais estudos ainda são necessários para determinar a melhor a eficácia e possível sucesso em seres humanos. Neste caso, acaba sendo uma parte crucial do estudo porque em mais alguns passos milhares de vidas podem ser salvas com o sucesso dessa nova injeção.
Com informações da Nature Medicine e Hypescience