Manual dos arrogantes emocionais

Antes de você ler o restante do texto, entenda: arrogância emocional não surge do nada. Ela cresce com a pessoa, conforme ela nunca assume o quanto suas atitudes e discursos ferem. Ela diz que se preocupa e vê que o mundo deveria entendê-la e não o oposto. Se estamos aqui para aprender, os arrogantes emocionais estão aqui para desfazerem tudo o que é minimamente saudável para qualquer relacionamento durar.

Os arrogantes emocionais existem em todos os lugares. Alguns são diplomados e tudo mais. Outros nem tiveram tanta sorte assim, mas se beneficiaram da generosidade e gentileza de tanta gente boa por aí para sobreviverem que se acham melhores. Os arrogantes emocionais são diferentes daquelas pessoas que até então conhecíamos como tóxicas. Encarar uma relação tóxica, querendo ou não, é perceptível a presença de sinais específicos desse abuso psicólogo. Os arrogantes emocionais vão mais longe. Eles manipulam a realidade e fazem da verdade uma quase que rara demonstração de afeto. Só que o afeto deles é seletivo, é intransigente, é formado, muitas vezes, com requintes de crueldade.

Dizer que são pessoas más talvez seja um exagero, mesmo depois de tudo que fora descrito acima. Mas também dizer que elas são inocentes, improvável. Ninguém é perfeito. Todos temos as nossas sombras e erros com os quais devemos conviver, independente do nosso querer. A diferença é que os arrogantes emocionais estão sempre se achando no direito de mostrar ao mundo: decifra-me ou te devoro. O problema disso é que ninguém tem bola de cristal. E quando acontece a oportunidade de um diálogo franco e honesto, você logo percebe uma armadura, uma falsa modéstia para equilibrar e justificar os comportamentos.

Se por desinteresse ou falta de empatia, eu não sei. Contudo, a arrogância emocional dói demais para quem é o alvo da vez. Tudo bem, vamos supor que todas essas coisas sejam condicionadas, que foram consequências de experiências ruins. Mas por que então não pedir ajuda? Por que não reconhecer a necessidade de uma mudança? Porque não é sobre ser dono e dona da verdade. É sobre controle. Sobre poder.

No fim, um pouco mais de alma bastaria.

Imagem de capa: Pixabay



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