Às vezes, ficamos presos nessa ideia “certa” de como são as coisas, mas isso não significa que o que achamos seja a única verdade. A primeira é que o mundo evolui e a segunda é que existem muitas nuances; a perspectiva nos mostra a todo momento como todos podemos ver qualquer situação de uma forma bem diferente da que estamos acostumados.
Do ponto de vista do pintor Fabián Chairez, o México é um país no qual debater a homossexualidade ainda é muito distante da realidade.
Mas através das suas corajosas pinturas, nas quais os granes nomes da cultura mexicana flertam com o seu lado feminino, enquanto posam sensualmente, isso mostra o olhar crítico do artista a respeito da sua discordância com a sociedade atual.
Foi o jeito que ele encontrou de combater o pragmatismo o do país, e compartilhar com outras pessoas, além é claro, de expressar o que é carregar essa vontade de transbordar e ser simplesmente quem é, como falou ao site Play Ground.
Entre suas pinturas estão pessoas de todas as raças e classes que são importantes na história e cultura mexicanas, para que todos possam reconhecê-las facilmente.
Seu trabalho acabou sendo publicado no Palácio de Belas Artes da capital mexicana e pintura que mais chamou a atenção foi a que retrata Emilio Zapata. Herói nacional e revolucionário a quem foi atribuída muita ‘masculinidade’, mas que na pintura de Fabian não há nada disso.
Ele o mostra em cima de um cavalo branco, com um chapéu de charro rosa e com a bandeira do México em torno de seu corpo. Fabian transformou Zapata num símbolo sexual.
Outros personagens também tiveram o seu lado feminino mostrados pelo artista, como os clássicos lutadores de luta livre, que são adorados por adultos e crianças no México.
“Por trás dessa máscara existem seres sencientes, seres frágeis, seres amorosos, seres que não precisam mostrar nada aos outros e que se sentem livres para expressar seus afetos, suas decisões: pessoas corajosas, pessoas que têm máscaras não são”. Fabián Chiarez
Sua intenção é mudar a ideia preconceituosa existente na sociedade mexicana e mostrar para o máximo de pessoas possíveis que precisam esconder os seus verdadeiros sentimentos por medo de serem julgadas.
É provável que muitos não concordem com o seu trabalho, mas a arte nem sempre é feita para agradar, e sim para incomodar o que já existe.