Em Psicologia, a raiva é estudada como um dos sentimentos primários, ou seja, que está presente em todo e qualquer ser humano desde os seus primeiros anos de vida.
É um sentimento que através do autoconhecimento pode ser bastante diluído, porém, jamais sanado 100%. Aliás, vou mais além, fuja das pessoas que afirmam dominarem suas emoções ao ponto de nunca sentirem raiva. Quem afirma isso está carimbando com categoria uma imensa falta de autoconhecimento.
Você sabia que uma das raivas mais nocivas é aquela que não se expressa? Quero aprofundar essa reflexão através de conhecimentos da Psicologia.
Muitas vezes passamos por situações nas quais somos injustiçados, ou que tentam invadir nossa individualidade, ou que de forma cruel tentam nos humilhar, ou praticar bullying etc.
Nesse tipo de situação, é extremamente comum a pessoa que foi prejudicada ficar com tanto medo, com tanta insegurança, que trava completamente e não expressa a raiva que está sentindo internamente.
Inclusive muitos terapeutas utilizam a metáfora da panela de pressão, ou seja, a pressão sobe, sobe e sobe, podendo chegar a um ponto tal que estoura e joga o que está em seu interior para todos os lados de uma forma desmedida.
Pessoas que são muito tímidas, retraídas, inseguras e que têm dificuldade de expressar suas emoções são as que mais sofrem em relação a tudo isso. Elas são as mais suscetíveis a desenvolverem quadros de depressão, de ansiedade generalizada, de pânico, ou em outros casos, desenvolverem doenças psicossomáticas diversas (principalmente as doenças de pele).
Não vou me aprofundar em todas essas questões para que esse texto não fique imenso, mas quero frisar o ponto sobre doenças psicossomáticas de pele. Todos nós sabemos que a pele é o maior órgão do nosso corpo e que ele representa o nível mais externo de proteção. É através da pele que interagimos com o mundo, com as pessoas, com a natureza, com os alimentos e por aí vai.
A raiva mal trabalhada é manifestada muitas vezes na forma de doenças de pele, incluindo as chamadas autoimunes (que são produzidas de dentro pra fora, sem uma causa exterior clara como, por exemplo, um vírus ou bactéria). Perceba como é interessante esse raciocínio! Pela psicossomatização, quando alguém nos fere de alguma maneira, seja por palavras agressivas, seja por descaso, por ameaças etc. o corpo às vezes entende isso quase como se fosse um corte na pele, ou uma queimadura na pele.
Quando a raiva não é expressa e fica guardada na pessoa podem surgir doenças como psoríase, urticária, lúpus, vitiligo, acnes em excesso, furúnculos e por aí vai. Essas e outras manifestações são como se a pele estivesse lhe dizendo: “Estou com medo de ser ainda mais ferida, ainda mais machucada”.
Estou procurando colocar da forma mais didática possível para que você compreenda facilmente a profundidade de tudo isso! Ao contrário do que muitos pensam, as doenças não são más, não são um castigo, não são provações para que paguemos nossos pecados. Esqueça tudo isso, essas concepções são todas invenções e crenças antigas que foram passadas de geração em geração até os dias de hoje.
Entenda de uma vez por todas: as doenças são sinalizadores. Elas aparecem para nos dizer assim: “Olhe esse ponto da sua vida que precisa de melhorias, que precisa de curas…”.
Mas talvez você me pergunte: “Mas como conseguir essa cura Isaias?”. Existem vários caminhos e posso lhe garantir que o desenvolvimento da AUTOCONFIANÇA, que por sua vez se dá pelo autoconhecimento, é chave de ouro para que a raiva não fique presa dentro de você.
A autoconfiança é você sentir que quando está sendo injustiçado, maltratado, humilhado, desprezado etc. você diz: “STOP!”, é não se permite que nada disso tire sua paz, tire você do seu eixo, do seu equilíbrio. Se alguém grita com você, como um chefe autoritário, por exemplo, você aprende a se impor e não permitir que ele ou ela se comporte dessa maneira. Veja como não é um bicho de sete cabeças! Nessa situação, o máximo do máximo que pode acontecer é você ser demitido. Mas pense comigo, um chefe que grita uma vez sempre e sempre vai gritar e reclamar outras vezes.
O mesmo se dá em relacionamentos amorosos abusivos. Um homem que grita, que desrespeita ou que bate uma vez será o mesmo que continuará fazendo o mesmo outras vezes. Nessa hora você pode aprender a se impor, expressar a sua raiva de forma transparente e tomar uma decisão de, ou continuar no mesmo relacionamento se nunca mais o outro lhe faltar com o respeito ou simplesmente sair desse relacionamento abusivo (que quase sempre é a melhor decisão!).
Concluo esse texto com o convite que faço em quase todos os meus textos. Trabalhe o seu autoconhecimento! Leia, estude, assista a bons vídeos, filmes, séries, converse com pessoas que têm mais experiência de vida, faça algum tipo de terapia… Tudo que estiver ao seu alcance para que você seja a cada dia mais equilibrado é o caminho para a felicidade, realização e plenitude.
Expresse os seus sentimentos da forma mais sincera possível, inclusive a raiva, e dessa forma, você estará fazendo mais do que um favor a si mesmo. Estará contribuindo para com o equilíbrio de todos ao seu redor…
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Foto de Claudia Wolff em Unsplash