Que me desculpem os acomodados, mas eu me tornei seletiva.

Não sou mais a mesma. Aliás, não somos mais os mesmos de alguns anos e até dias atrás. Mudamos. O tempo todo. E eu, particularmente, acho isso fantástico. Acontece que de uns tempos pra cá percebi um certo estranhamento, de mim para mim, entende? Percebi que muita coisa havia mudado. Gostos. Rotina. Prioridades. Amigos. E, sim, eu percebi que estava me tornando seletiva. Não era todo lugar que estava disposta a ir e nossa, “será que estou ficando velha?” Perguntava eu. Depois percebia que não me sentia bem, no sentido de, me sentir a vontade, com todas as pessoas. O que antes acontecia. Agora não mais. Fui ficando “chata”. Não era qualquer lugar, qualquer pessoa, qualquer tempo…. Eu era exigente. Eu me tornei seletiva.

No começo eu me culpei bastante. Achei que estava sendo chata, mas depois comecei a perceber que na verdade eu estava me priorizando. Sim. Primeiro, porque não são com todas as pessoas que nos sentimos bem. E TA TUDO BEM. Segundo porque não preciso sempre estar disposta a sair, às vezes a gente só quer a calmaria do nosso lar, uma boa série (já deixo a deixa pra minha série favorita The Handmaid’s Tale) e uma boa noite de sono. Terceiro que a gente precisa parar de se cobrar tanto socialmente.

Depois de um tempo, você percebe que o tempo é realmente algo valioso. Com tantas coisas pra fazer, dar conta, tantos compromissos. Rotina. Acorda cedo. Volta tarde. Trabalha muito. Estuda. Você começa a priorizar o tempo que sobra com o que realmente importa. Com quem realmente te faz bem e aí meu querido leitor, não é qualquer lugar que cabe. Não é qualquer pessoa que serve e sim, a gente se torna seletivo. Que bom. Uma pena que demoramos tanto tempo para priorizar o que importa. Ninguém consegue focar em inúmeras relações. Se queremos nos aprofundar precisamos dedicar tempo. Precisamos saber quem nos faz bem. Quem não faz. Quem acrescenta e quem nos diminui. Isso é se priorizar também. Aprendi isso. Dói muito, mas a gente aprende que só se ama os outros, amando a si mesmo.

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Foto de Jens Lindner em Unsplash



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Estudante de psicologia, apaixonada por artes, música e poesia. Não dispensa um sorvete e adora um pastel de feira com muito requeijão, mesmo sendo intolerante a lactose. Tem pavor de borboletas, principalmente as no estômago.

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