Uma excelente notícia em meio a tragédia ambiental que está poluindo as praias do Nordeste: cientistas encontraram uma forma de utilizar o óleo retirado do litoral e transformá-lo em matéria-prima para ajudar na construção civil.
Pesquisadores do Centro de Tratamento de Resíduos Ecoparque Pernambuco, CRT, desenvolveram uma técnica que reaproveita o óleo retirado das praias e, junto da Universidade Federal da Bahia – UFBA, conseguem transformá-lo em carvão.
O projeto, que ainda em andamento na universidade, em breve poderá ser utilizado em larga escala.
Os cientistas acreditam que, graças a técnica desenvolvida, será possível aproveitar qualquer quantidade de óleo, de 10 quilos até 1 tonelada.
Por enquanto, elas já conseguiram transformar 60 quilos de petróleo em carvão em apenas uma hora.
A pesquisadora da UFBA, Zênis Novais da Rocha, explica como é o processo: o petróleo é misturado com pó de serragem, acetona e etanol (álcool comercial). As duas últimas substâncias servem para deixar o petróleo, que é viscoso, com uma consistência fluida.
“Isso deixa mais fácil para que o óleo escorra”, conta a pesquisadora.
“Depois, colocamos o pó de serragem para conseguir separar mais o óleo em forma de borra”. Depois, é adicionado à mistura um bioacelerador.
A substância é criada em laboratório e serve para agilizar o processo de degradação do petróleo, alterando a sua composição.
Ela é fabricada adicionando um biodegradador, que descaracteriza o petróleo aos poucos. Depois são acrescentandos três bioativadores e um biofinalizador – compostos que servem para começar a agilizar a reação.
Todos os ingredientes são colocados depois em uma máquina conhecida como betoneira, um equipamento usado para bater cimento e muito utilizado na construção civil.
Ao final do processo, sai o carvão, que ainda passará por testes para definir como será o seu uso.
Zênis Novais da Rocha acredita que o material poderá ser usado na construção civil, principalmente para a acimentamento de asfalto.
Com informações da Galileu
