De acordo com um novo estudo publicado na Psychopharmacology, consumir bebida alcoólica pode fazer com que você se torne uma pessoa menos empática — pelo menos por um momento.
O estudo contou com 48 participantes, todos do Reino Unidos. Eles foram divididos pelos pesquisadores em três grupos. O intuito era testar suas reações em relação a dores de outras pessoas. Dois dos grupos consumiram suco de limão com vodka — um consumindo o dobro da dose do outro — enquanto o terceiro grupo não consumiu bebida alcoólica (mas pensou que sim, já que os pesquisadores pulverizaram álcool ao redor da taça).
O segundo passo dado pelos pesquisadores foi medir o nível de álcool no sangue de cada grupo: aqueles que beberam uma dose mais forte atingiram uma concentração de 0,03% de álcool. Aqueles no grupo de baixo teor alcoólico tiveram uma média de 0,01%. Só para se ter uma ideia de comparação, o limite para dirigir na Inglaterra e no País de Gales é de 0,08%.
Depois de 20 minutos, os participantes realizaram uma série de testes. No primeiro, foram mostradas fotos de pessoas com expressões tristes, neutras ou felizes e eles tiveram de dizer como se sentiam em relação a cada uma delas. As pessoas do grupo de alto teor alcoólico se sentiam mais positivas com rostos tristes, enquanto se tornavam mais negativas quando viam rostos felizes. As respostas, segundo a equipe, apoiam a teoria de que o álcool prejudica os componentes da empatia.
Os participantes também observaram imagens de situações dolorosas como, por exemplo, uma pessoa cortando legumes com uma faca e também cortando a própria mão. Eles avaliaram a intensidade da dor que achavam que a pessoa estava sentindo — neste caso, a dosagem de álcool não afetou a capacidade de avaliar adequadamente a dor.
O teste final foi semelhante ao famoso “Dilema do Bonde”, um experimento de ética em que a pessoa deve escolher entre duas opções: não fazer nada e deixar um bonde atropelar cinco pessoas ou mudar a direção do veículo e atropelar apenas uma. Neste caso, o consumo de álcool não pareceu afetar o julgamento moral, com pessoas nos três grupos escolhendo salvar o máximo possível de pessoas. Com isso, os pesquisadores concluem que podem ter outras facetas (além da personalidade) que influenciam na empatia.
***
Destaques Psicologias do Brasil com informações de Revista Galileu.
Foto de Helena Lopes da Pexels