Às vezes não nos damos conta de quanto o medo pode nos ser prejudicial.
Ele sequestra sonhos, paralisa a prosperidade, nos mantém ligados a pessoas erradas, nos torna azedos, nos faz ver coisas que não existem.
Ele sempre cogita as piores hipóteses para tudo, nos cegando para a realidade, nos negando enxergar outras possibilidades, nos omitindo a positividade, a esperança, a luz.
Quantas vezes nos mantemos presos a pessoas que não nos fazem bem, pessoas tóxicas ou pessoas que não cumprem mais função alguma na nossa vida, apenas pelo medo de “não achar outra melhor”?
Quantas vezes não nos arriscamos a trabalhar com o que amamos, por temer “não dar certo”?
Quantas vezes não falamos as coisas que necessitam ser ditas para as pessoas com medo da sua reação?
Quantas vezes não damos a guinada a que a nossa vida clama, para não correr riscos “desnecessários”?
Ele é o pano de fundo de muitos travamentos na nossa vida, e nem nos damos conta: o medo da falta, o medo da escassez, o medo do fracasso, o medo do arrependimento.
“Melhor não trocar o certo pelo duvidoso”, nos diz a sociedade.
E, assim, o nosso coração vai encolhendo. Não damos mais ouvido para ele.
A nossa alma murcha, entristecida por não escutarmos os seus anseios.
A nossa criança interior se recolhe num canto qualquer do nosso íntimo, pois vê que não há lugar para a leveza e a alegria que ela traz ao nosso dia a dia.
E vamos definhando: desmotivados, cansados, ansiosos, angustiados e frustrados vida afora.
E, muitas vezes, não entendemos o motivo do desânimo que nos abate. Afinal, temos “tudo o que uma pessoa poderia querer”, aos olhos da sociedade: emprego, família, um teto, comida, saúde física.
Mas o nosso emocional está desmoronando, o nosso psíquico está confuso, o nosso espiritual está desconectado. Ah, mas isso “é frescura”, vão dizer…
Só quem sabe o que importa, o que faz diferença, o que dói, o que clama por ajuda, somos nós mesmos.
Por isso é fundamental olharmos para dentro, nos autoconhecermos.
É fácil sentir se está faltando alguma coisa, ou se estamos em paz com as nossas escolhas.
Às vezes, precisamos de ajuda profissional para fazer esse mergulho interior. E há vários tipos de abordagens válidas.
Mas a decisão sempre é nossa.
O movimento em direção à vida, somos nós mesmos que temos que fazer.
E a boa notícia é que sempre, sempre é tempo!
Tempo de se redescobrir, tempo de tomar consciência, tempo de recomeçar.
Sabe, o medo é uma ilusão. É uma negação do AMOR, uma falta de FÉ, uma não CONFIANÇA de que há algo muito maior regendo a tudo.
Coloque as mãos no seu peito agora e SINTA: o que faz o seu coração vibrar?
O que a sua criança interior quer lhe dizer?
Pelo que sua alma clama?
Por Susiane Canal
Foto por samer daboul de Pexels