Aceitar não quer dizer que você deve ser permissivo com aquilo que te faz mal. Significa que você deve analisar bem aquilo que você está disposto a tolerar e aceitar em um relacionamento. Muitas pessoas namoram e ATÉ se casam com a falsa ideia de que o outro irá mudar. Eu acredito e muito, na mudança do ser humano. Mas também acredito, por outro lado, que essa mudança não acontece do dia pra noite e que não é um relacionamento que irá fazer esse milagre todo. Precisamos nos libertar da ideia de que somos o “Salvador da pátria” na vida do outro. De que, devemos suportar todas as atitudes que nos causam dor porque podemos ajudar o outro a melhorar e mudar em algum momento. Não vamos.
O que quero dizer é: preste bem atenção no que você não tolera e não admite em alguém. Se você detesta mentiras ou vícios, por exemplo, não se case com alguém que minta na ilusão de achar que com o casamento, o namoro, ou até mesmo o amor irá proporcionar essa mudança. Eu poderia ficar horas aqui descrevendo coisas que você, possivelmente, não tolera, mas essa reflexão eu deixo pra você mesmo. Tudo o que quero dizer é: não tolere o que te faz mal e pese bem aquilo que você deseja em alguém. Sem idealizações mas também sem migalhas. Casamento e namoro não salvam ninguém e nem mudam.
Com a convivência os defeitos e as coisas que nos incomodam no outro tendem a se realçar cada vez mais. E aí vem as cobranças, o desgaste no relacionamento, as brigas… Preste atenção no namoro porque o casamento não irá ser uma fórmula mágica que simplesmente irá transformar essa pessoa.
Case com alguém que você aceite. Seja a toalha molhada em cima da cama, o jeito desorganizado e por aí vai. Tudo isso evita uma série de problemas que possam emergir no casamento. Nunca saberemos tudo sobre o outro, mas o namoro já nos dá um bom indício se teremos um casamento de paz ou não. Não caia na ilusão de achar que o amor é suficiente para mudar alguém. Pode até ser, mas vejo muita gente sofrendo por isso. Esperamos que o outro deixe de ser isso ou aquilo. Sofrendo, chorando com atitudes que só machucam e o outro não faz questão alguma de mudar.
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Imagem de capa meramente ilustrativa: cena do filme “Um segredo em Paris”