Vá. E não volte. A vida anda para a frente, para o futuro. Mas espera aí, e se eu quiser olhar para trás? Olho? Claro, aproveite a vista, relembre, sinta, desfrute novamente de momentos e pessoas que se foram, seja literalmente ou metaforicamente, afinal, todos já fomos, agora, somos outras pessoas.
Relembre, mas não se demore. Não se permita perder no passado. O que passou, passou, nos trouxe até aqui, até nós. Até quem somos hoje e com quem nos relacionamos.
O passado foi bom? Sim, não, mais ou menos. Ele foi o que foi, o que restou é a memória, a visão que temos dele, o que ele nos deixou. Afinal, o passado deixa sua marca em nós, nos transforma, nos prepara, nos ensina.
Entenda o passado, perdoe o passado, perdoe-se. Porém, repito, não se demore.
Aquele clichê: a vida é agora. Porque sim, ela é. Contudo, o agora é composto do que foi e do que será. De memórias, lembranças, desejos e anseios. De nós, de quem fomos e de quem seremos. Também de com quem fomos e com quem seremos, onde estamos e para onde vamos.
Parece complicado? É porque é. A vida é simples e complicada, linda e confusa, fácil e difícil. É um misto de emoções e momentos que se juntam em um redemoinho de vai e vens, sim e não, talvez, quem sabe.
É só vivendo que se descobre o caminho, pois é caminhando que ele se revela. Parando de vez em quando, munindo-se de passado, arrumando a mochila para o futuro, leve, cada dia mais leve.
Coerente com quem somos agora, sem bagagens pesadas. Sem o que não nos pertence mais. Sem quem passou, inclusive nós, nossa versão do passado. Cada coisa no seu lugar. E nós aqui, agora, para sempre.