Sempre ouvimos que o oposto do amor é o ódio, mas não é. É a indiferença que sinaliza que o encanto acabou. No âmbito das relações amorosas, por exemplo, é comum a pessoa tentar se convencer de que não gosta mais do parceiro pelo fato de sentir muita mágoa dele. Contudo, isso não é real. Sentir-se magoado com o parceiro não significa que você deixou de amá-lo, nesse caso, o amor está apenas adoecido, ferido, mas ele não se anulou. O sentimento está ali, preso entre os escombros da decepção, clamando para ser resgatado com um pedido de perdão, por um arrependimento sincero e por uma mudança de comportamento.
Só percebemos que o amor foi embora quando sentimos indiferença pelo outro. Aqui não vale fingir que não se importa, eu falo sobre você realmente perder o interesse por qualquer coisa relacionada à pessoa. É quando você percebe que tanto faz ela ligar ou deixar de ligar, quando não faz diferença se chegou atrasado ou desmarcou o compromisso, entende? É quando você não admira mais nada, quando não acha mais graça do que achava antes. É quando você olha, mas não enxerga.
Eu acredito que todos as decepções contribuam para o enfraquecimento do sentimento a médio e longo prazo. Elas vão se acumulando e, num dado momento, o amor vai sair de cena. Entretanto, isso não acontece de uma hora pra outra, é um processo. Ninguém deixa de amar num passe de mágica.
Por trás da raiva que você sente pelo seu parceiro, existe um imenso desejo que ele reconheça o quanto errou contigo, que ele se retrate e que colabore para que vocês fiquem bem, em suma é isso. Por trás desse ressentimento, existe um amor, mesmo sangrando, não adianta tentar fugir dessa realidade.