Vivemos tempos de emoções rasas
Sentimentos abafados, formalidades, superficialidades
Talvez para nos preservar, não nos expomos
Ninguém sabe o que se passa, de fato, em nosso interior
O que estimamos, o que não curtimos , o que poderia ser diferente
Os encontros são rápidos, resumidos, formais
Saímos com a sensação de dever social cumprido, mas algo fica nos faltando
Estão em extinção visitas de fato, cartas trocadas, corações abertos, desabafos, colo, cafuné
As coisas são, no máximo, reencaminhadas, e as visitas, “on line”
Existem poucos “você é muito importante para mim”, “está precisando de algo?”, “eu te adoro!” e “posso te ajudar de alguma forma?”
São tempos de ansiedades não reconhecidas, medos camuflados, angústias maquiadas
Uma era de plena conexão digital e baixíssima conexão emocional
Cercada de relacionamentos virtuais e vazia de interações reais
Ocorre que, hora ou outra, o peso dessa “insanidade” socialmente implantada é cobrado
Para alguns mais cedo, para outros mais tarde
Para alguns de maneira sutil, para outros de maneira cruel
Mas aquela máxima é certa: pelo amor ou pela dor, vamos aprender o que precisamos
O que estamos esperando para resgatarmos a nossa humanidade?
Um “sacode” da vida? Um risco concreto? Ou uma tragédia, de fato?
Quando vamos parar de nos importar com a imagem transmitida e atentamos para a imagem interior?
Quando vamos dar uma aliviada nos objetivos materiais, financeiros e puramente sensoriais?
Quando olharemos de fato para as questões sociais que envolvem nossos semelhantes?
E, pior: quando olharemos para as nossas emoções, os nossos relacionamentos e a nossa alma, enfim?
Quando reativaremos um pouco da inocência, dos sonhos, da tranquilidade e do frescor da nossa criança interior, que nunca deixa de existir?
Um tantinho de sensibilidade, de empatia, de ações desinteressadas e de compaixão é vital para todo ser humano
Aproveitemos a época propícia do final de mais um ano para refletir sobre os valores que vêm conduzindo nosso caminho, testar novos olhares sobre a vida e reavivar a humanidade do nosso ser.
Feliz vida nova!