Você precisa ter muito claro quais são os seus valores para não correr o risco de relevar o irrelevável dentro de um relacionamento. Não estou dizendo com isso que você não deve perdoar as falhas do seu(ua) companheiro(a), o que quero dizer é que você não deve ser forçado a relevar algo por força de influências externas, você precisa estar atento(a) se fez vista grossa diante de algum absurdo apenas porque foi vencido(a) pelo poder de persuasão daquele(a) que o(a) magoou.
Errar, todo mundo erra. Fazer concessões para que o relacionamento prospere é fundamental, mas isso deve ser uma atitude de ambos, não apenas de um dos envolvidos. Sobre perdoar, no sentido de permanecer com a pessoa mesmo depois de um fato grave, é preciso ter certeza de que isso não vai ferir o seu amor próprio e que não vai gerar um profundo ressentimento em você. Certas coisas não cabem dentro de nós, mas, por algum motivo, atropelamos a nossa dignidade e engolimos aquele espinho que vai estar nos arranhando constantemente.
Cada pessoa tem o seu ponto fraco no que diz respeito ao que tolerar dentro de uma relação. Para muitas, perdoar uma traição é normal, dependendo do contexto. Para outras, isso é imperdoável e pronto. O que não é saudável é alguém passar por cima dos próprios sentimentos para agradar ao outro ou aos outros. O ideal é que, se optou por perdoar algo, que seja para um recomeço, não para ficar jogando aquilo na cara do outro, tampouco mudar completamente a postura afim de se vingar e maltratar o parceiro.
Outra coisa muito importante: antes de ceder ou relevar algo em prol da relação, certifique-se, dentro do possível, se o seu parceiro faria isso também. Conheço casos em que a pessoa magoa e desrespeita o parceiro e banaliza os desconfortos que o outro sente, contudo, quando o desconforto é sentido na própria pele, ele começa a se impor e exigir toda a consideração e zelo que ele nunca ofereceu em prol da relação.
Você não deve satisfação a ninguém, mas tem a obrigação de prestar contas a si mesmo(a) sobre suas escolhas. Você precisa sentir paz, antes de tudo. É preciso sentir-se confortável diante da decisão de ter dado a segunda ou a milésima chance a alguém. Só você sabe dos seus valores e crenças, não pegue a vida dos outros como baliza para as próprias decisões.