Amor exige cuidados. Cuidados diários, sensibilidade extrema e autocontrole exemplar. Cuidar não significa guardar o sentimento à sete chaves e lembrar dele apenas em datas comemorativas.
Cuidar é amar com altas doses de generosidade. É deixar livre mesmo com medo de perder. É respeitar na presença e ser fiel na ausência. Em outras palavras: amar é cuidar sem condições, sem garantias e sem exigências.
A gente sempre cai na ilusão de que amar é ter para sempre o ser amado ao nosso lado. Acreditamos que o amor é suficiente para eternizar a relação e esquecemos que, sem cuidado, nenhuma relação dura.
Quer saber a verdade? Não é o amor que garante o relacionamento. Nunca foi! Não dá para entrar na neura de achar que ao encontramos a pessoa certa seremos felizes para sempre. A verdade é que sem disposição, desejo e vontade nada dará certo. Simples assim!
Tente passar em um concurso sem estudar. Tente ficar rico sem economizar. Tente “trincar” o abdômen sem academia. Não dá, não é? Então, porque acreditamos que, sem esforço, alguma relação dará certo?
Embora haja contradições, a verdade é que nem todo mundo está preparado para amar (apesar de empregarem um esforço surreal para isso). Nem todo mundo aguenta o tranco da rotina, as preocupações de uma relação ou possui o equilíbrio necessário para casar. E, por isso mesmo, não dá para entrar em um ciclo de tortura psicológica tentando encontrar os motivos que fizeram alguém partir.
Quis partir? Ótimo! Boa viagem! Histórias fazemos com quem fica, com quem aguenta o tranco da rotina, com quem, apesar dos ventos contrários, permanece ao nosso lado por sentimento e por opção.
É preciso inteligência emocional para entender que deixar partir não é desapego. É só uma forma de amadurecimento e de respeito pela própria história.
Essa história de insistir, explicar ou convencer alguém a ficar é coisa de imaturos. Pessoas inteligentes entendem que nenhum desgaste emocional vale a pena e que, para que um novo ciclo comece, a anterior precisa ser encerrado. Muito bem encerrado!