Muitos estudiosos do comportamento humano consideram que a inteligência emocional é mais importante que a inteligência mental (o conhecido QI), no tocante a alcançar a satisfação em termos gerais.
O indivíduo dotado de inteligência emocional possui um melhor conhecimento de si mesmo, auto controle e domínio de suas emoções, além de muito jeito e habilidade para compreender e lidar com as respostas das emoções dos outros.
Entre as características da inteligência emocional está a capacidade de controlar impulsos, canalizar emoções para situações adequadas, praticar a gratidão e motivar as pessoas, além de outras qualidades que possam ajudar a encorajar outros indivíduos.
A inteligência emocional pode ser subdivida em cinco habilidades específicas:
► Autoconhecimento emocional
► Controle emocional
► Automotivação
► Empatia
► Desenvolver relacionamentos interpessoais (habilidades sociais)
1. Conheça a si mesmo
Conhecer a si mesmo é um processo que durará toda a sua vida. A cada dia podemos descobrir coisas novas sobre nós mesmos, mas para isso é preciso estar atento. Faça a si mesmo questionamentos como:
• Por que eu sempre faço tal coisa desse jeito e não daquele outro?
• Todo mundo tem sua própria verdade; se a verdade do outro não é superior a minha, por que devo achar que a minha é superior a dele?
• Aquilo que eu acredito é questionável? minha fé, minhas crenças, meus valores são questionáveis? Por que eu tenho o privilégio de fazer parte do grupo de humanos que detém a verdade absoluta?
• Serei mais fraco se eu engolir um desaforo, um insulto ou uma provocação qualquer, ou estarei assim me assumindo como forte?
• Demonstro facilmente meus sentimentos? O que isso tem de bom ou de ruim?
• Como encaro a solidão?
• Sou uma pessoa otimista ou pessimista?
• O que eu criticaria em mim se eu fosse outra pessoa me avaliando?
• Dou muita importância a opinião alheia a meu respeito?
São infinitas as perguntas que você pode se fazer todos os dias para começar um processo de autoconhecimento, aqui demos apenas uma pequena direção. É necessário se questionar e refletir sobre o questionamento, não para tentar justificar suas ações e comportamento, mas para entender porque suas emoções se revelam assim e não de outra forma, e procurar melhorar se achar que deve.
2. Equilíbrio emocional
Antes de tudo é preciso diferenciar EMOÇÕES de SENTIMENTOS.
Embora as duas palavras sejam usadas de forma intercambiável, existem diferenças distintas entre sentimentos e emoções.
Entender a diferença entre as duas pode ajudá-lo a mudar comportamentos inadequados e a encontrar mais felicidade e paz em sua vida. Sentimentos e emoções são dois lados da mesma moeda e altamente interligados, mas são duas coisas muito diferentes.
Emoções
Emoções são respostas que despertam reações internas, e pode ter diversas naturezas. Por exemplo, algumas emoções são: euforia, alegria, raiva, tristeza, susto etc. As reações emocionais são codificadas em nossos genes e, embora
variem um pouco individualmente e dependendo das circunstâncias, são geralmente semelhantes em todos os seres humanos e até mesmo em outras espécies. Por exemplo, você sorri e seu cachorro abana o rabo.
Sentimentos
Os sentimentos são associações mentais e reações às emoções e são subjetivos, sendo influenciados pela experiência pessoal, crenças e memórias. Um sentimento é um retrato mental do que está acontecendo em seu corpo quando você tem uma emoção, é o subproduto do seu cérebro percebendo e atribuindo significado à emoção. Sentimentos são a próxima coisa que acontece depois de ter uma emoção, envolve input cognitivo, geralmente subconsciente, e não pode ser medido com precisão.
Uma emoção não “tratada” pode se tornar em um sentimento, aí temos exemplos como a raiva, o ódio, o rancor ou ressentimento, que podem surgir instantaneamente como uma resposta, uma reação do corpo e permanecer como um sentimento causando mal a quem o nutre.
Não há como não sentir emoção, mas há como treinar para que ela não se torne um sentimento consumindo a gente por dentro. Primeiro é preciso entender o que você está sentindo e tentar identificar as justificativas que a nossa mente cria para continuarmos alimentando o sentimento ruim. Muitas dessas justificativas são falsas ou, se existem, nós exageramos no valor que elas têm. As justificativas funcionam como o combustível para o sentimento se manter vivo. Porém, sabemos que existem “justificativas” comprovadamente reais e, nesses casos, se a pessoa não consegue trabalhar o que sente, o mais indicado é procurar orientação profissional.
Como controlar as emoções explosivas
Respirar . Técnicas simples de mindfulness podem ser sua melhor aliada em situações tensas e nenhuma é mais direta e acessível do que usar a respiração. Então, quando você começar a perceber que está ficando tenso, tente se concentrar na respiração. Observe a sensação de ar entrando e saindo de seus pulmões. Sinta-o passar pelas narinas ou pelo fundo da garganta. Isso tirará sua atenção dos sinais físicos de pânico e manterá você centrado. Alguns especialistas em mindfulness sugerem contar sua respiração – inspirando e expirando por uma contagem de 6, por exemplo, ou apenas contando cada expiração até chegar a 10 e então começar de novo.
Concentre-se no seu corpo . Ficar sentado quando você está tendo uma conversa difícil pode fazer as emoções se acumularem ao invés de se dissiparem. Especialistas dizem que ficar de pé e andando ajuda a ativar a parte pensante do seu cérebro. Se você e seu colega estão sentados em uma mesa, você pode hesitar em se levantar de repente. Justo. Em vez disso, você pode dizer: “Eu sinto que preciso esticar um pouco. Importa-se se eu andar um pouco? ”Se isso ainda não parecer confortável, você pode fazer pequenas coisas físicas, como cruzar dois dedos ou colocar os pés firmemente no chão e perceber como é o chão na parte inferior de seus sapatos. Especialistas em atenção chamam
isso de ” ancoragem. ”Isso pode funcionar em todos os tipos de situações estressantes.
3. Empatia
A empatia é um conceito que todos nós conhecemos e apreciamos. Nós simplesmente não a colocamos em prática tão frequentemente quanto deveríamos. É mais fácil ter empatia pelas pessoas que nos dão sentimentos mais positivos. Nós nos identificamos melhor com elas e o nível de compreensão é mais intenso.
Mas e se um dia tentarmos viver com alguém que nos faça sentir desconfortáveis? Considere, por exemplo, seu chefe, que não respeita você, ou aquele colega que sempre fofoca sobre os outros. Tente se colocar no lugar deles e talvez descubra o que está por trás desse comportamento: incerteza,npouca autoconfiança, por exemplo. Experimente, pode ser uma boa experiência de aprendizado.
4. Auto-motivação
Aqui partimos de um princípio óbvio de que todo problema tem uma solução, sempre existe uma saída. A desmotivação acontece quando você esbarra na barreira e acha que ela é intransponível. Se tiver que recuar, recue. Se tiver que
recomeçar do zero, recomece. Fazer algo esperando reconhecimento ou valorização de terceiros é o primeiro passo para se frustrar e desanimar.
As críticas e a falta de incentivos, se forem encaradas como desafio, podem surtir efeito contrário, como um combustível para impulsionar a vontade de realizar de fato o que os outros duvidam que você seja capaz. É assim que as pessoas dotadas de inteligência emocional interpretam. E o que não tem remédio, remediado está! Se não há o que fazer, melhor esquecer e deixar a vida seguir; se há ainda o que possa ser feito, melhor focar nessa possibilidade.
Tenha um plano B para tudo, mesmo que um segundo plano não seja a solução ideal, ainda é melhor que não ter solução nenhuma.
A vida sem esperança não é vida. Vá em busca de motivação todos os dias.
5. habilidades sociais
Você pode se comportar como uma criatura mais social, mesmo que não se sinta assim. Não permita que a ansiedade e a timidez retenham você. Tome a decisão de conversar com novas pessoas e de entrar em conversas mesmo quando estiver nervoso com essa possibilidade.
Com o tempo, ficará mais fácil e você começará a melhorar rapidamente suas habilidades sociais.
Trate as pessoas pelo nome, isso transmite simpatia e respeito ao outro.
Num embate de ideias, respeite os pontos de vista do outro, mesmo que discorde. Aponte nos argumentos dele alguma coisa que você concorda quando for contra argumentar. Se não houver nada que você compartilhe nos argumentos
do outro, procure discordar de maneira gentil, sem ofender ou desmerecer o ponto de vista dele. Apenas apresente as falhas que você considera existir e que as tornam frágil a argumentação do oponente. Mas deixe espaço para dúvida, porque, lembre-se, as suas é que podem conter falhas.
Procure emoções positivas e mostre-as. Tente ouvir melhor a pessoa à sua frente e olhe através do olhar dela. Você encontrará mais do que palavras simples. Coloque-o em prática, desenvolva a inteligência emocional e lembre-se de que, ao ser mais feliz, você também tornará os outros mais felizes.
Fonte indicada: Pensar Contemporâneo