Essa é uma antiga fábula chinesa que conta a história de um bom homem que vivia em uma aldeia distante e que era muito respeitado por todos os seus vizinhos. O homem era fazendeiro e havia sido educado em uma família repleta de amor e com excelentes costumes.
O respeito por sua sabedoria inspirava e era tão grande que todos o consultavam constantemente sobre diversos assuntos. O fazendeiro sempre tinha uma frase de consolo ou uma palavra amável para dar aos outros. Vivia em paz consigo mesmo e com o mundo.
“Os homens, geralmente, se recebem um mal, o escrevem no mármore. Se recebem um bem, o escrevem no pó”.
– Thomas Moore –
Um dia, sem saber como, um belíssimo cavalo apareceu em sua fazenda. O animal tinha um pelo branco brilhante e uma musculatura fantástica. Caminhava com uma elegância única e era visível que tinha um sangue puro e autêntico. O cavalo começou a pastar e passou a viver na fazendo do bom homem, protagonista dessa fábula chinesa.
A boa e a má sorte
A antiga fábula chinesa diz que os outros moradores do povoado ficaram surpresos. De acordo com as leis do lugar, uma vez que o esplêndido cavalo havia chegado à fazenda por seus próprios meios, ele pertencia ao fazendeiro.
Todos lhe disseram: “Que boa sorte você teve! ”. Mas o bom homem da nossa história apenas respondeu: “Talvez”. E logo adicionou: “O que parece uma bênção, por vezes, é uma maldição”.
Os outro não o entenderam. Eles chegaram a pensar que era um homem ingrato. Como ele poderia pensar que o fato de um cavalo esplêndido chegar por si só à sua fazenda não era uma bênção? O animal certamente custava uma fortuna. Ele não poderia ter uma sorte maior.
Chegou o inverno. Em uma manhã, o fazendeiro se levantou muito cedo e viu que a porta do estábulo estava totalmente aberta. Ele se aproximou do local e percebeu que o magnífico cavalo não estava mais lá. Ou ele havia escapado ou alguém o havia roubado. A notícia rapidamente se espalhou pela aldeia.
Logo os vizinhos apareceram na fazenda. Eles queriam expressar seus pesares para o homem humilde. “Lamentamos muito”, disseram. O protagonista dessa fábula chinesa permaneceu totalmente sereno. Então, ele lhes disse que não tinham com o que se preocupar. E acrescentou: “O que parece uma maldição é, às vezes, uma bênção”. As pessoas pensaram que ele estava louco.
O retorno do puro sangue
O inverso passou lentamente naquele ano. No entanto, como sempre ocorria, as árvores logo começaram a se encher de folhas e os pássaros voltaram a cantar. A primavera havia chegado. Uma tarde, o fazendeiro estava trabalhando no cultivo de suas terras quando de repente ouviu um estrondo.
O humilde homem da fábula chinesa olhou para longe e pôde distinguir a figura do cavalo perdido, com seu pelo brando e brilhante. No entanto, o maravilhoso animal não vinha sozinho. Atrás dele, havia outros vinte cavalos que o seguiam com grande obediência. O fazendeiro ficou surpreso. Todos eles eram belos exemplares e estavam indo em direção ao seu território.
Os animais permaneceram na fazenda e a lei então permitiu que se tornassem sua propriedade. Os vizinhos não podiam acreditar como a sorte acompanhava o fazendeiro de maneira tão certa. Eles o parabenizaram por sua nova aquisição. Como em outras vezes, o humilde homem somente respondeu: “Às vezes, o que parece uma bênção é uma maldição”.
O belo final da fábula chinesa
O fazendeiro viu que um trabalho árduo o esperava. Os cavalos que haviam chegado com o magnífico exemplar eram selvagens.Dessa forma, seria necessário domá-los, um a um. Apenas ele e seu filho mais velho tinham condições de fazê-lo, mas isso levaria muito tempo.
O outono já começava quando o filho do fazendeiro se propôs a domar o mais arisco de todos os cavalos. Ainda que o jovem fosse habilidoso nessa atividade, o cavalo o arremessou, e, assim, seu filho fraturou uma de suas pernas. Os vizinhos correram para levar remédios e perguntaram como poderiam ajudar. “Que azar você teve!”, disseram ao fazendeiro. Como de costume, ele respondeu: “O que parece uma maldição é, às vezes, uma bênção”.
Apenas uma semana depois, uma guerra se iniciou. O imperador mandou recrutar todos os jovens da aldeia. O único que se salvou foi o filho do fazendeiro, já que ele estava se recuperando de sua perna fraturada. Foi só então que os demais compreenderam a grande sabedoria do fazendeiro.
Desde então, essa fábula chinesa é contada de geração em geração para que ninguém se esqueça de que nada é bom ou ruim por si só.
Fonte indicada: A Mente é Maravilhosa