Rompimentos, perdas, decepções. Existem dores que não podem ser evitadas. Elas precisam encontrar o seu espaço e o seu tempo para cicatrizarem dentro da gente. E cada coração tem o seu tempo. Cada coração sabe, mesmo que não no exato momento em que aconteça, o quanto consegue aguentar de certas dores.
É por isso que é importante e saudável ao nosso coração, que a gente não insista ou force para que ele cure o mais rápido possível. Querer apressá-lo a melhorar é jogar contra ele. É impedi-lo de aprender com essas emoções e, com o tempo, de ganhar o amadurecimento necessário para não mais sangrar como antes. Mesmo sendo horrível sentir algumas dores, é direito delas terem esse fôlego para curarem.
Quando não negamos a convivência com essas inseguranças, com essas quedas pelas quais passamos, desenvolvemos um sentimento chave para a nossa melhora: a resiliência. Sem marcas emocionais, sem desamores e sem conflitos internos, pouco temos a crescer. E assumir essas coisas não quer dizer que a gente tenha a obrigação de passar por tantos tropeços. Ou mesmo significa que a gente deva esconder os nossos sentimentos do mundo. Mas quando a gente encara uma dor muito forte, uma da dor que faz o coração da gente perder o equilíbrio, muitas lições são valorizadas.
O medo da solidão passa a incomodar menos, por exemplo. Ela passa a ter outro sentido, na verdade. A gente lida com ela como um ponto de partida para somar novas experiências. Para enxergar a vida com mais calma, com mais gentileza, com olhos mais de calmaria do que de tempestade. O nosso interior também ganha novos formatos, expandindo relacionamentos mais profundos e sinceros com quem amamos. Além disso, também criamos essa janela na qual deixamos ir o que/quem não nos preenche mais.
Cada coração tem um tempo. Nunca é em vão respeitá-lo. O coração às vezes é uma roda gigante que pouco a pouco encontra o seu motivo e a sua melhor vista para seguir sentindo.