Queria ter as palavras certas, a resposta ideal e a solução para os nossos dilemas existenciais. Que cada oração desse parágrafo tocasse a toda alma inquieta, como uma prece. Queria que o silêncio pairasse com sua paz nos corações aflitos pelos gritos do dia a dia. E fosse ouvido por aqueles ocupados demais com os ócios do viver.
Queria saber a fórmula para esquecer a dor da indiferença que deixou de fazer diferença. Não lembrar da reciprocidade perdida, que um dia foi ponto de encontro. Queria entender porque ferem com palavras aqueles que poderiam usá-las para curar. Queria que a humanidade fosse um dos sintomas de esperança por dias melhores, pessoas melhores.
Gostaria que a nossa empatia fosse maior que o nosso orgulho. E o nosso riso frouxo e alegre, largo o suficiente para ultrapassar as barreiras e trazer de volta a curva no rosto daquele que desaprendeu a sorrir. Queria que o mundo compreendesse que nunca se perde quando entra em ação o verbo amar. Que conjugá-lo, em qualquer tempo, sempre valerá a pena. É a única coisa que, quando se espalha, ajunta pedaços de corações partidos.
Queria não deixar de querer muitas coisas. Entretanto, como dizem por aí, querer nem sempre é poder…