Olhos, boca e sorriso completam um rosto lindo, enfeitados com cabelos incríveis. Corpo perfeito; desenhado em horas na academia e dieta controladíssima; ou naturalmente perfeito com seus pequenos defeitinhos — defeitinhos bobos. Imperceptíveis, aliás. É um balançado no caminhar, aquele sotaque na voz. É impossível não se encantar por alguém assim. Cada nuance chama a atenção da gente de alguma forma. Beleza não se discute — cada qual com a sua. Em um primeiro momento, o encantamento nasce, ganha forma e deslumbre. Não é algo que pode ser mensurado, apenas admirado. Mas por mais que dê uma vontade de agarrar uma pessoa assim, não é nem de longe aquilo que nos prende. Beleza atrai sim, mas ficar — para criar raízes — só ficamos por outros atributos.
Carinho no trato. Atenção em quaisquer momentos. Companheirismo para os momentos bons e, principalmente, para os não tão bons assim. É estar junto na sexta à noite e na segunda depois do expediente, com a cara cansada e de saco cheio do dia puxado. É saber ser apoio quando faltar o chão. É saber ser colo quando for necessário. É querer proteger quem se vira muito bem sem a gente, mas queremos mesmo assim. É o multiplicar as alegrias e dividir as tristezas que fortalece as relações.
O que encanta na gente é a maneira como somos tratados. Não em um dia, não em um momento pontual. Mas são os pequenos gestos que nos encantam muito mais que um par de pernas ou uns braços grandes. O que encanta é saber que ali a gente encontra o conforto da reciprocidade. Não dá para dizer qual dia foi ou qual a atitude tomada é a somatória do dia a dia. Em meio a tantos que valorizam o externo, é preciso reaprender a apreciar o que é interno; o que é de coração.