Às vezes nos apaixonamos por miragens porque o coração anda vagando no deserto do amor. Sedento e faminto, ele acaba vendo oásis onde só existe seca.
As pessoas procuram no amor a solução para todos os problemas. Buscam no outro, em outros, tudo que lhes falta. Tomados pela carência, acreditam em qualquer promessa, se encantam por qualquer sorriso. Banalizam o ‘para sempre’ e falam eu te amo com a mesma facilidade com que dão bom dia para alguém. Se contentam com migalhas, permitem humilhações, engolem sapos e às vezes a própria dignidade por medo de ficarem sozinhos, por uma necessidade absurda e descontrolada de confirmação de que são dignos de serem amados. Muitos nem sabem ao certo quem são e o que querem, mas esperam que um relacionamento lhes traga respostas. Se sentem incompletos e, em vez de buscarem o autoconhecimento para serem autossuficientes e não depender de ninguém para se sentirem felizes, buscam pessoas que possam completar vazios que os assombram. E depois quando a decepção vem, se acham vítimas e injustiçadas que não tem sorte no amor !
Já passou da hora de entendermos a dinâmica de amar e sermos amados. Sem amor próprio, autoconhecimento, autorrespeito e aceitação, como é que saberemos o que de fato queremos em um relacionamento? Vamos continuar pulando de galho em galho e torcer para que o melhor aconteça? Amores medíocres servem somente para preencher lacunas, são apenas band-aids em feridas que somente a nós cabe curar, ninguém mais.
Então, não se entregue e não se iluda quando estiver no deserto da carência, porque corações famintos e sedentos se apaixonam por miragens.