Você não presta.

Porque você sente demais, se importa demais. Talvez se você fosse um pouco daquela gente que prega o tanto faz, bastasse. Mas não, você não consegue ficar de coração fechado. Ao menor sinal de reciprocidade, você se permite, você se transforma em entrelace e você se entrega demais. Você não presta, essa é a realidade.

O mundo de hoje não está preparado para tanto não prestar em uma única pessoa. Ele bem que tenta tirar o seu chão com decepções, mentiras, friezas e outras consequências capengas, mas cadê que você aprende? Cadê que você passa a prestar, a entrar nos eixos e, com isso, a ser mais a cara da rotina dos amores tradicionais? É jogo perdido, você sabe. Porque você não presta e o mundo precisa aceitar que existem sentimentos diferentes. Às vezes intensos. Às vezes pontuais. Mas sempre sinceros.

Você só quer saber de ter a liberdade para escolher o que/quem morar melhor nos seus dias. Se isso é não prestar, que seja. Você não está nem aí. Não presta e pronto. Sem discussão, sem defesas, sem arrependimentos.

E deixe que digam que você nasceu assim. Deixe até que digam que você andou com más companhias, que a TV influenciou as suas atitudes ou que você perdeu a linha e contraiu vícios emocionais da pior qualidade. Afinal, você não presta.

Portanto, continue não prestando. Continue sendo e sentindo muito mesmo conhecendo relacionamentos que são acostumados a transbordar pouco. Sinta vulgarmente, urgentemente e em todas as posições que você encontrar leveza e aceitação. Coração recatado não é pra você. Você não presta, né?



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