Nesse texto farei uma breve reflexão sobre isso a partir das belíssimas palavras de Fabíola Simões.
“A forma como lidamos com nossas relações faz parte do que consideramos real também. Uma pessoa ferida pela vida, amargurada após relações que não deram certo, certamente terá uma visão diferente daquela que tem a mocinha cheia de sonhos, que entra na igreja de braço dado com o pai. Por isso é tão necessário ter cuidado com aquilo que transmitimos aos outros _ principalmente aos mais novos _ a partir de nossos paradigmas ou percepções (nem sempre tão legítimas), mas que fazem parte da nossa realidade, não da realidade universal.
Aquilo que vejo pode não ser o que é; e talvez uma mente jovem, sem grandes traumas, tenha maior capacidade de enxergar o que realmente é, ao invés daquilo que podemos acreditar que seria.
Preconceitos são realidades distorcidas, e infelizmente podem ter a mesma proporção que os sentimentos nobres, como o perdão e a fé. Talvez as crianças pudessem nos ensinar mais, ao enxergarem limpo, com seu olhar ingênuo, livre de conexões distorcidas e pouco verdadeiras.
A vida não é fácil e muitas vezes é injusta. Por isso, é tentador nos moldarmos de forma distorcida. Blindarmos nossa estrutura e nos protegermos com excesso de cuidado. Nosso pecado é intervirmos nas páginas em branco daqueles que amamos, transmitindo nossos medos _ muitas vezes desnecessários _ para protegê-los.”
Fabíola Simões
Nessas lindas palavras, a Fabíola Simões está querendo nos dizer que, independente da forma como você enxerga o mundo e a realidade, você não tem o direito de interferir na forma de enxergar de ninguém, o que infelizmente, acontece em demasia.
Se você é uma pessoa que enxerga a realidade de forma distorcida, não pode levar isso para quem não vibra de acordo com esse mesmo pensamento. Isso chega a ser cruel! É desta forma que muitos meninos e jovens deixam morrer grandes sonhos pessoais e profissionais, porque cresceram ouvindo um monte de crenças negativas de pessoas que sofreram na vida e se frustraram por conta das experiências vividas, e por conta delas, perderam a esperança de que coisas melhores virão.
Tudo é uma questão de perspectiva. Se passamos e enxergar as coisas de uma maneira mais positiva, pouco a pouco essa é a realidade que teremos. Se, ao contrário, enxergamos apenas o lado negativo de tudo, nossa vida se tornará um mar de desastres e dissabores. É isso que você quer para sua vida? Ou quer a alegria e a realização pessoal profunda?
Se você quer a alegria e a felicidade, precisa enxergar a realidade como ela é, e nessa hora preciso citar o mestre dos mestres Jesus. Ele sempre dizia: “Aquele que não for como uma criança jamais entrará no reino dos céus…”. Essa frase é de uma profundidade sem medidas. Esse reino dos céus está dentro de cada um de nós e está ligado à nossa essência divina. Precisamos resgatar a criança que existe no nosso interior se quisermos enxergar a realidade sem distorções.
É engraçado! Parece piada, mas é verdade. As crianças enxergam a realidade muito melhor do que nós, e o motivo é muito simples, elas ainda não viveram o suficiente para experimentarem situações dolorosas e desafiadoras como nós adultos.
Mas as dificuldades que todos nós passamos devem servir para nossa evolução humana e espiritual, não para ficarmos cheios de medo, reclamando da vida, lamentando o que não se viveu e o pior, vomitando descontentamentos nos outros.
Você tem se comportado como um adulto? Vou explicar como um adulto se comporta!
- Um adulto acha que a culpa para as coisas darem errado nunca é dele, é sempre de algo externo a ele. Como diria o meu amigo Raul Seixas: “É sempre mais fácil achar que a culpa é do outro…”
- Os adultos riem pouco e nunca riem dos próprios erros e falhas.
- Os adultos são muito literais, interpretam tudo ao pé da letra. Não conseguem entender as metáforas e muito menos as parábolas. Agora talvez você entenda porque Jesus falava tanto por parábolas, não é mesmo?
- Os adultos não se permitem perder tempo com brincadeiras, nem com diversões simples da vida, como um banho de chuva, um passeio de bicicleta pelas ruas da cidade, um esconde-esconde com as crianças etc.
Existem mais pontos, mas basicamente é assim que os adultos se comportam. Sabe de uma coisa? Sou adulto apenas em idade, mas me considero uma criança, porque dentro do meu coração existe abertura para tudo que é novo e para não me cobrar demais por resultados e performances! Pra quê? Essa pergunta é fácil de responder, sabia? Responda! Talvez você seja aquele tipo de pessoa que gosta de ser perfeccionista.
Pois é! Não coloquei em cima, mas o perfeccionismo só existe nas pessoas adultas e é um dos maiores males da sociedade atual repleta de competições.
Enfim! Que esse pequeno texto tenha feito você refletir sobre a verdadeira maneira de enxergar a realidade.
Volte a ser como as crianças, pois só elas entrarão no reino dos céus…