A mera possibilidade de um amor leve

Às vezes é comum, entre um desencontro e outro, a gente imaginar o amor de um jeito que encaixe melhor nos nossos sonhos. A mera possibilidade de um amor leve já faz com que sorrisos brotem, inclusive nos corações mais frios.

Porque ninguém gosta de penar por um amor. Mesmo quem vende essa ideia do amor heroico e que atravessa tempestades, sabe que o mais importante é quando o amor combina, com respeito e admiração, os sentimentos dos envolvidos. Só assim dá certo. Não é uma fórmula mágica, é apenas bom senso emocional. Sim, o amor também deve respirar pela razão. É colocando vírgulas e pontos que um relacionamento amadurece e permanece. Se a gente permite muitas reticências e exclamações, o amor logo descamba pro desapego e, com isso, também para desrespeito. É assim que nascem os relacionamentos abusivos, além daqueles preguiçosos, chatos e cansativos encontros que não acrescentam em nossas vidas. Daqueles que deixam rastros de decepções e arrependimentos.

Prefiro pensar que a gente merece um amor leve. Um amor que segure a minha mão e caminhe em direção aos mesmos cuidados, objetivos e desejos. Seja para compartilhar um filme, uma viagem ou uma barra de chocolate. Um amor leve que entenda o quanto é sincero e mais bonito quem conversa, abertamente, sobre tudo o que importa. Sobre interesses, sonhos, medos… enfim, qualquer assunto.

Um amor leve que tenha tesão pelo corpo entre lençóis, mas também pelas emoções e gestos simples vindos de quem está junto. É a mera possibilidade de viver um amor assim, leve e saudável, que faz a gente querer alguém do lado. Mas a realidade é dura às vezes. O amor nem sempre é certeiro, paciência. Mas a gente continua tentando, mesmo que discretamente, em reproduzir esses entrelaces honestos de gentilezas e proximidades.

A mera possibilidade de um amor leve não afugenta, mas arremata todos os meus esforços e sentimentos. Porque para um amor leve não existe peso, existe reciprocidade. E quem tem isso, tem tudo, inclusive sorte. Ame com os pés no chão e descalços. Vale a pena viver para sentir.



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