Desejar se íntimo de todo mundo e, não ter para quem ligar quando a crise existencial bater na madrugada — acredite, ela vai bater —, é triste… Gente dependente da nossa aprovação é grudenta, inconveniente, imatura. É alguma coisa estranha, menos, íntima.
Intimidade é aquela coisa leve de querer dividir as nossas vontades, de dividir os nossos segredos. Não é todo mundo que merece saber todas as confusões de sentimentos que há na gente. Da boca para fora, podemos falar muito, entretanto, o que é especial, guardamos para não contarmos para qualquer um. Não mesmo. Todo mundo é bagunça, incertezas, medos e tantas outras coisas. Intimidade nos dá uma força para deixar de lado o que sentimos, para mergulhar no profundo oceano do outro, às vezes, tão fundo que perdeu o reflexo azul do céu para ser escuro e silêncio.
Intimidade é saber dos gostos e desgostos do outro. É, além de conhecê-las, ter compartilhado histórias e experiências, boas e ruins — rir e chorar juntos se necessário com todas elas. É cruzar por um perfume e sorrir, saber a quem pertence as memórias recentes. É escutar uma música e saber que ela fez ou faz parte da história do outro — melhor ainda, de vocês. É saber que para a mãe andar, precisamos ser as pernas dela pelos corredores da casa. É fazer poupança extra para comprar o vídeo game que o irmão tanto deseja, sem poder adquiri-lo no momento, é fazer surpresa para o gosto que não é próprio, mas alegra tanto quanto. É reconhecer que o seu amigo, precisa de um ombro para se apoiar de vez em quando. É ter alguém para escutar nossas reclamações do trabalho, da família implicante que possuímos…
Intimidade é saber que é mais gostoso uma noite regada a risos, comidinhas gostosas e dormir agarradinhos com quem está sempre do nosso lado, a uma noite descompromissada com um estranho sentimental. Intimidade é carinho, gentileza, paciência; e puxão de orelha quando se fizer necessário, também.