Nesta ânsia em ser o melhor do que podemos ser, somos tudo e não somos nada. Criamos expectativas impossíveis de serem supridas, sufocamos em nossos próprios planos.
Tentando atingir metas muito altas, padrões de comportamento que beiram à perfeição, nadamos em um mar cada vez mais fundo e difícil de atravessar.
Ser a melhor versão de si mesmo. Ser gentil, amável, trabalhador, honesto. Trabalhar duro, sem reclamar. Dar atenção à família e aos amigos. Cuidar de você. Ler. Ir ao cinema. Dormir bem, comer de forma saudável, fazer exercícios físicos regularmente. Ufa.
Quantos são os requisitos para ser uma boa pessoa nos dias de hoje. Para viver seu potencial máximo. É lindo no papel, mas drena. Energia, sonhos e vida.
Na busca pelo melhor de nós mesmos, vamos nos perdendo aos poucos, desfolhando-nos pelos caminhos da vida.
Tentamos tanto ser bons, os melhores, que acabamos sendo apenas um rascunho de uma versão nossa futura que não existirá.
Passamos a infância, a adolescência e a fase adulta tentando. Chega. Chega de tentar, de almejar, de buscar padrões. Seja você seu próprio padrão.
Não faça mais rascunhos da vida. Viva. Cada minuto planejando sem cumprir, ensaiando aquelas palavras que jamais serão ditas, é perda de vida. É um dia a menos na sua existência.
Enquanto vivemos no futuro, o presente está acontecendo. Enquanto esperamos aquele dia utópico, este aqui, bem real, está passando.
Então, diga o que quer dizer. Viva da sua forma. Leia o que gosta, viaje para onde quiser, ame quem quiser. Não tente se enquadrar em padrões, eles são mutáveis e irreais.
O único padrão é ser você mesmo, agora, neste instante, mesmo que no próximo minuto você já seja outra pessoa.
Se permita viver de verdade, errando, acertando, amando e sofrendo. A vida é isso. Um turbilhão de emoções, de subidas e descidas, de sentimentos que ora acalentam, ora comprimem.
O importante de tudo isso, é deixar fluir. Você. A vida. E liberar as expectativas. Deixe-as ir e se permita apenas ser você.
Imagem de capa: djile, Shutterstock