Quando um laço se rompe, seja ele qual for, é dolorido.
Precisamos de tempo. Tempo para assimilar as coisas e tentar não se afundar em “por quês”.
O tempo passa e notamos ao olhar pra trás, que mesmo que a vida não tenha seguido com algum de nossos planos, ela foi e está sendo perfeita com aquilo que tem que ser.
Ao me levantar hoje e abrir a janela do meu quarto, foi tomado por um sopro gelado no rosto. Daqueles de arrepiar a espinha.
Sem que eu me desse conta, pensamentos de momentos quentes ao frio, me vieram à cabeça.
Aquele vinho. Aquele lugar. Isso ou aquilo. Uma casa. Um hotel. Um chalé.
Não importa onde. Importa como e com quem.
O frio chega. Me pego só. Por mera opção. Um momento só meu onde repagino tudo que passou.
Salivo a boca. Lembro do gosto daquele Merlot. Sinto um cheiro de mata e ouço cantos da natureza.
Uma brincadeira de manhã. Sarro matinal e segundo round do sono.
Me enlaço na tua cintura enquanto você faz um colorido com os legumes do jantar.
A simetria da natureza com as experiências intensas dessa jornada.
A água da cachoeira sempre irá continuar seu curso, assim como a vida. Vivemos nos deslizando por entre pedras. Por entre feridas que viraram cicatrizes e te dão certo orgulho de tê-las.
Aquele sorriso, depois de anos, não perdeu seu significado. Ele apenas mudou e ganhou algumas feições do tempo. Hoje é o sorriso que dá pra outras pessoas. Sorriu pra mim por muito tempo.
Aquele momento, mesmo lá atrás, é presente e regado com gratidão.
Aquela viagem teve chegada e partida, mas sempre terá conexão com tua alma.
A parte que se vive, não se apaga.
Aprenda a ser grato e desejar o melhor. Leve a leveza contigo e não perca o respeito por parte de sua caminhada.
Tenha amor genuíno e não possessivo.
Não importa quem chegou, quem partiu, ou quem ficou.
Só importa, se um dia teve amor.
Imagem de capa: dekazigzag, Shutterstock