Temos sede de viver, mas temos medo

Temos sede. Andamos pelo deserto da vida com sede. Queremos saber mais, conhecer mais, ser mais. Porém, temos medo, preguiça ou simplesmente não queremos levantar e buscar a água. A água que nos hidratará, que nos fará inteiros outra vez.

Temos fome. Fome de vida. Fome de amor. Fome de pertencimento. Contudo, o medo de não vivermos, de não sermos amados e de não pertencermos nos paralisa, e nos impede de ir atrás daquilo que ansiamos.

A tecnologia não mudou isto. Sempre foi assim. Sempre quisemos demais e conquistamos de menos. Preferimos o sofrimento, pois sabemos como ele é, já o conhecemos, do que a felicidade.

Se estivermos felizes, há algo de errado. Desconfiamos de nossa própria sombra, pois ela pode nos trair. Renegamos nossos desejos, pois temos medo de realiza-los.

Tudo isso ocorre porque agimos impelidos pelo devia ser. Devíamos ser felizes, então não vou ser. Vou ser o que eu quiser, mesmo que eu não saiba bem o que eu quero. Deixamos as influências externas dominarem nossas vidas, guiarem nosso futuro. Deixamos de ouvir nosso coração, o guia mais precioso.

Então, buscamos cursos, livros, especialistas em ouvir a própria voz, em seguir o próprio instinto, pois não sabemos mais por onde começar. Não reconhecemos o divino dentro de nós, aquela parte que sabe para onde ir, que não responde ao medo, à cobrança.

Ser quem se é nunca foi tarefa fácil, é inclusive perigoso sair de peito aberto neste mundo recheado de flechas prontas para serem atiradas. Assim, criamos máscaras, a perfeita filha, o marido ideal, a amiga leal, a profissional de sucesso.

Enquanto isso, estamos sufocando por dentro, amargurando dentro de nós mesmos, sem bússola, sem direção.

Afastar este medo de viver, abrir um pouco a couraça para a vida é o que precisamos fazer para conseguir ter o mínimo de felicidade, de realização, de amor.

Permitir-nos viver de verdade, independente do que o outro vai pensar. Ser livre de mente, corpo e alma. E viver. Matar a sede e a fome da existência e ser plenamente quem se é.

Imagem de capa: PlusONE, Shutterstock



LIVRO NOVO



"Curitibana, com o coração no mundo. Adoro escrever, ler, um bom filme e passar o tempo com minha família e amigos. Gosto de colecionar momentos. Vejo a vida com olhos de poesia, e transformo tudo em palavras. Encontro nelas meu refúgio e minha forma de espalhar amor e luz no mundo. Que elas possam deixar seu dia mais feliz e seu coração mais leve. Vem comigo?"

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui