O que falar da vida, que como já disseram, vem em ondas como o mar e a cada instante nos permite mudar? E se não mudamos, é ela que se transforma e nos resta apenas nos adaptar. Como ondas que sempre vêm diferentes e nunca voltam iguais, sempre tive uma vocação para metamorfose. Parece o mesmo mar, mas ele nunca é igual. Os movimentos são tão diferentes que, se olhar distraído, nem parecem surgir do mesmo lugar. O que ajuda o reconhecimento é a paisagem. É o relevo que compõe uma praia que nos ajuda a identificá-la. E é a essência que carregamos que define quem somos, não importa o quanto já mudamos. A vida segue e não temos mais o movimento de outrora. Que bom por isso. Mas também, de alguma maneira, somos as rochas solidificadas que são quase imutáveis com o passar do tempo. Tão iguais e tão diferentes, como as ondas de um certo (a)mar.
Imagem de capa: Boiarkina Marina, Shutterstock