Em minha opinião, um dos grandes gênios do século XX que está cada vez mais imortalizando a sua obra é o místico oriental Osho, que sempre me inspira não só a escrever, mas a fazer a minha vida se tornar mais rica internamente, mais leve, pura e essencial.
Quero falar sobre o tema da genialidade a partir da sua visão, extraída do belíssimo livro “Inocência, conhecimento e encantamento”. Esse texto certamente fará você refletir sobre como tem olhado a sua vida e como tem decidido vivê-la! Vamos as suas palavras…
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As últimas palavras de Einstein foram: “Estive pensando durante toda a minha vida que iria desmistificar o universo. Mas o que aconteceu foi justamente o contrário. Quanto mais eu penetrei na existência, mais o mistério se aprofundou. Estou morrendo repleto de assombro, estou morrendo assombrado”. Mas isso é raro; esta é a qualidade de um gênio. O gênio é aquele que não permite que a sociedade o transforme em um robô; essa é a minha definição de um gênio. Todo mundo nasce como um gênio, mas as pessoas muito cedo começam a se comprometer. E quando se comprometem, seus talentos desaparecem, sua inteligência morre. Elas vão vendendo suas almas por coisas mundanas, por coisas inúteis – inúteis no sentido fundamental; elas podem ser úteis aqui, mas a morte vem e todas essas coisas desaparecem junto com ela.
Se você conseguir morrer como Albert Einstein – perplexo, repleto de encantamento, com reverência no coração, com a poesia surgindo em você –, terá vivido da maneira certa e estará morrendo da maneira certa…
Osho
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Concordo totalmente com a visão do Osho. Os gênios são as pessoas que mesmo na vida adulta permanecessem inocentes, permanecem com esse olhar de encantamento, esse olhar de assombro com as maravilhas e mistérios do universo.
Ele fala sobre cedo nos comprometermos. É preciso entender bem o que ele quis dizer. Não é que ele esteja condenando ter compromisso na vida. Isso é bom e até importante! Sem compromisso não podemos fazer nada com 100% de dedicação. Sem compromisso não existe o chamado “capricho” entende? Ao falar sobre compromisso, ele está falando sobre a tal da RESPONSABILIDADE, quem em sua raiz quer dizer: “a capacidade de gerar respostas”. Simples assim!
O Osho condena as pessoas que são muito responsáveis, ou seja, que tem uma resposta pronta para todas as demandas que a vida em sociedade nos impõe. Não precisa ser assim! É essa postura que mina toda a nossa genialidade. Todos nós nascemos gênios, porque nascemos inocentes, ingênuos, com esse olhar de encantamento para tudo. Inclusive, só a título de informação. Essas palavras do Osho foram inspiradas nessa indagação: “Eu não tenho em mim a mesma sensação de encantamento que eu tinha quando era criança. Por quê?”
Esse é um baita questionamento, e a resposta do Osho não poderia ser melhor, a resposta de um verdadeiro iluminado.
Lendo esse trecho do seu livro acabei me reportando à outro gênio do século XX que admiro profundamente, o querido Rubem Alves. Você sabia que ele tinha o apelido de “Professor de espantos”? Esse é um apelido perfeito para ele, porque ele ensinava de um jeito absolutamente original.
Uma de suas metáforas é engraçadíssima. Ele compara a inteligência com o pênis. Isso espanta qualquer estudante. Como assim um pênis?
A inteligência é como um pênis, flácido, cabisbaixo, escondido por um tecido que chamamos de cueca. Mas se ele for devidamente estimulado e provocado, começa a haver uma transformação hidráulica impressionante, ele passe a olhar para frente, feliz e vibrante. Assume a forma de um foguete intercontinental e pode até soltar fogos de artifício…
Quando a inteligência está no seu clímax (gozo), é capaz de soltar fogos de emoção e com esses fogos gerar vida…
Percebe que incrível? Só um verdadeiro gênio para criar uma metáfora tão espantosa como essa. Ele morreu como um menino, aos 80 anos. É outro que também se eternizará! Grande Rubem…
Outro dia um leitor que admira os textos que escrevo fez um comentário me chamando de gênio. Agradeci a ele obviamente, mas respondi ao comentário dizendo que ele e todos os leitores tem suas próprias genialidades, e o levei junto comigo a refletir que para ser um gênio basta seguir o coração, procurando trabalhar e se colocar no mundo naquilo que ama fazer, ou parafraseando o Osho, naquilo que faz o seu coração vibrar de emoção…
Escrever é algo que me faz vibrar o coração. Ao escrever um texto como esse meu coração pulsa de alegria e é essa emoção que faz com que tantos leitores se identifiquem com minhas palavras.
Quero concluir lhe instigando a buscar esse olhar de encantamento. Olhe para o seu passado e procure descobrir onde foi que você se deixou engolir pelo monstro Sist (como diria outro gênio chamado Raul Seixas)? Resgate esse olhar que você já teve quando era uma criança! Daí em pouco tempo perceberá a sua genialidade surgindo. E como já falei em outros textos, a genialidade não é algo restrito à Matemática, ou a Física ou ao mundo das invenções. Nada disso! Existem gênios em todos os ramos e todas as profissões.
Chico Buarque é um gênio da música.
Al Pacino é um gênio do cinema.
Clarice Lispector é um gênio da literatura.
Michelangelo é um gênio das esculturas.
Warren Buffet é um gênio das finanças.
Oprah Winfrey é um gênio na comunicação.
Usain Bolt é um gênio das corridas curtas.
Descubra, aliás, RE-DESCUBRA genialidade que mora dentro de você, pois dessa forma você fará como Albert Einstein, viverá e morrerá do jeito certo…
Imagem de capa: Osho – Reprodução