Devemos aprender a apreciar as pequenas coisas, os pequenos gestos…

A maioria das pessoas de hoje vivem na correria do dia a dia. Muitos precisam ocupar o seu tempo com os muitos afazeres que as levam ao martírio devido ao sistema. E que vive num estilo de vida pautado naquilo que a sociedade consumista, da qual fazemos parte, passa a exigir. Sim, esse sistema nos prepara para que tenhamos um padrão de vida, baseado naquilo que alimenta o nosso ego, não como gostaríamos de viver, mas aquilo que as pessoas querem que aceitemos. A simplicidade da vida é que nos leva a verdadeira felicidade. Quando vivemos com plenitude, e as pequenas coisas são valorizadas em nossas vidas, elas se tornam tão grandes, que não caberiam no universo dos materialistas, que não veem gestos tão grandes a partir de coisas simples, tampouco veem o quão importante é, viver algo que para muitos não existe valor financeiro, mas que pode preencher uma vida fútil e vazia a ponto de mudar um ambiente. Gostaria de citar, para ilustração, um trecho de uma canção antiga, mas que expressa uma verdade incrustada nos corações de muitos, um desejo simples, modesto, mas com gosto de felicidade. Sim… As coisas simples da vida, nos fazem mais felizes, porque quanto mais simples for o modo como vivemos, teremos mais tempo livre para nos divertirmos e menos coisas com as quais teremos que nos preocuparmos. Eu sempre ouvi uma canção antiga que reflete essa realidade.

“Eu queria ter na vida
Simplesmente
Um lugar de mato verde
Pra plantar e pra colher
Ter uma casinha branca
De varanda
Um quintal e uma janela
Para ver o sol nascer.” (Trecho da música: Casinha Branca – Peninha).

Devemos aprender a dar valor àquilo que é pequeno, mas que faz a diferença nas nossas vidas. Lugares simples, pessoas simples, gestos pequenos ou pequenas atitudes. Uma palavra direcionada com expressão da verdade, uma flor arrancada no momento do passeio (do muro por onde passava), um abraço sem preparação ou mesmo uma musica com total desafinação. Aquilo que muitos desprezam, pode ter um valor incalculável, isso porque a felicidade está sempre nos pequenos detalhes e que muitas vezes passam despercebidos por serem julgados “insignificantes”. Por isso muitos a deixam ir embora.

Não podemos esperar as “megacoisas” como especiais. Muitas vezes, não importa, por exemplo, o tamanho da casa. O amor não está na dimensão de um imóvel, mas nas pessoas que nela habitam. Um carro luxuoso pode conduzir pessoas aos lares e às reuniões, mas não pode levar o amor e o carinho dessas pessoas a lugar nenhum, muito menos aos corações das pessoas que as esperam. Uma roupa luxuosa pode cobrir até mesmo um corpo deformado, mas a alma continuará sempre despida, se desprovida de um sentimento verdadeiro. E o que pode caber dentro de um simples abraço? Braços contendo “penduricalhos” podem até se alongar, mas não poderão mostrar valor, se não se abrirem para a solidariedade. E saibam que uma massagem num pé descalço é bem melhor que um lindo sapato apertado. Então não devemos economizar sorrisos, devemos suavizar nossas palavras, abraçar e afagar com carinho e trazer paz aos corações, e abrir os olhos para visualizar onde está o amor. Na simplicidade e na naturalidade daquilo que vemos, ouvimos e vivemos. Basta apenas querermos encontrar a felicidade, ela está nas coisas mais simples.

Imagem de capa: Eugenio Marongiu, Shutterstock



LIVRO NOVO



Jorge Amaral, brasileiro, natural de Ataléia/MG. Colunista e escritor semi-profissional. Livro publicado – PALAVRA É ARTE – Coletânea com outros autores. Escrevo porque considero a minha vida como uma eterna poesia, porque me perco na escrita e me encontro na leitura.

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