Não se importe tanto. Amores fúteis acabam com um sopro. A gente gera expectativas, faz planos, sonha longe, mas o que não é para ser, a vida dá um jeito de levar.
Aposto que não são raros os momentos em que, nos momentos de desespero, você questionou se um dia essa dor iria passar e eu respondo categoricamente: a cura só acontece quando há uma intenção que objetiva nela. C.S.Lewis dizia de forma metafórica que “Deus sussurra em nossos ouvidos por meio de nosso prazer, fala-nos mediante nossa consciência, mas clama em alta voz por intermédio de nossa dor; este é seu megafone para despertar o homem surdo.
Toda cura envolve dor. Note que nenhuma ferida é cicatrizada, sem antes, mexerem nela. Na área sentimental o processo de cura não é diferente. Quando uma ferida é aberta, tem que doer muito, para não doer nunca mais.
Muitas vezes, focamos em relacionamentos amorosos e os temos como fábrica de frustrações. Porém, quando me refiro a não se importar, refiro-me à todas as relações sociais que estabelecemos ao longo da vida.
Pode ser que sua frustração esteja baseada em um amigo que te traiu, um sócio que te levou a falência ou um desconhecido que jogou ao vento comentários maldosos sobre seu comportamento. Mesmo assim, o conselho continua sendo o mesmo: não se importe tanto!
Não importa o que falaram a seu respeito, se o outro já está namorando ou se traíram a sua confiança. Isso só revela o caráter de quem cometeu tais atos e, você, não tem nada a ver com isso.
O processo de cura começa quando você entende que ninguém vale a sua paz. Que ninguém vale tanto a pena a ponto de você se perder. Que, ao cair, são poucos os que nos ajudam a levantar.
Começa quando você sai do banco de expectadores e vira protagonista da própria vida. Quando se torna dono de si e não projeta no outro a responsabilidade da própria felicidade. Quando você entende que antes de amar o próximo, você tem que se amar.
Sabe, quando paramos de nos importar com sentimentos pequenos, as coisas fluem de forma natural. Começamos a respeitar o próprio tempo e a entender a própria bagunça.
Quando paramos de dar ouvidos à dor, paramos de arrumar desculpas para justificar a presença do outro em nossas vidas. Não aceitamos metades, relacionamentos mornos e mentiras sutis. Em outras palavras: o pouco não interessa mais.
Importe-se menos. Viva mais. Se é verdade que não existe aprendizagem sem dor, é verdade, também, que nem tudo valha a sua.
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