Encontrei nos teus olhos, o brilho que eu acreditava estar extinto nos meus. A luz que há muito tempo estava apagada nos meus. A ternura que eu já não reconhecia nos meus.
Encontrei nos teus olhos a cor já esquecida, da minha – tão desgastada – vida, e que agora colore os meus. Encontrei nos teus olhos, os meus e, nos meus, os teus. Encontrei na tua boca, a vontade de não me separar, o desejo de me comprometer e a saudade ao me afastar. Encontrei na tua boca, a voz de um anjo desconhecido, que ao cantar se mostra amor, e ao falar se mostra amigo.
Encontrei na tua boca, os dentes mais bonitos que já vi, o céu mais estrelado que já presenciei, e o hálito mais doce que já dividi. Encontrei na tua boca a necessidade de ficar e me entorpecer, de me instalar e nunca mais sair. Encontrei no teu abraço, a cura para todo o cansaço que há em mim. Encontrei nos teus braços, a cura para toda a solidão que há em mim. Encontrei nos teus braços, os abraços que preciso e o calor – mais que preciso.
Encontrei nos teus abraços o conforto que eu precisava e que é exatamente o que posso oferecer. Encontrei no teu abraço, o porto para me ancorar e o remédio, para nunca mais me entristecer. Encontrei em você, o que nunca imaginei que pudesse ainda existir em mim. Encontrei em você, um caminho para novamente prosseguir. Encontrei em você, musa, a inspiração até então adormecida, que agora se mostra enriquecida, pela vontade gigantesca de te ver.
Encontrei em você a paz, e a possibilidade de não mais sofrer. Encontrei em você, pequena, a poesia que vale a pena.
Imagem de capa: Anna Om, Shutterstock