A perda daquilo que não se atinge

Eu sei como é desesperador se pensar que vai perder uma pessoa. Como dá vontade de gritar e fazer qualquer tipo de artimanha para que aquela pessoa fique. A gente se torna irracional, inventa histórias, tudo isso para não perdê-la. Mas a gente perde, e sabe por quê? Porque na verdade a gente nunca teve. A gente nunca tem ninguém e mesmo assim a gente sofre desesperadamente quando alguém que a gente ama vai embora.

Mas por quê a gente sofre por perder o que não se tem? Talvez porque perder o que não se tem seja perder duas vezes. A gente sofre mesmo antes do fim. A gente perde quando percebe que o sentimento não é recíproco. A gente perde quando percebe que ama sozinho. A gente perde quando o outro nãos nos inclui na sua vida, nos seus planos ou mesmo no seu fim de semana. A gente perde a cada dia que passa e a cada noite também. Não há sossego, não há trégua nessa dor da perda daquilo que não se atinge. É cruel. E o ápice da dor nos mostra que talvez a gente tenha começado a perder aquela pessoa no momento em que ela tenha entrado em nossa vida.

Imagem de capa: Dmytro Zinkevych, Shutterstock



LIVRO NOVO



“Sou personagem de uma comédia dramática, de um romance que ainda não aconteceu. Uma desconselheira amorosa, protagonista de desventuras do coração, algumas tristes, outras, engraçadas. Mas todas elas me trouxeram alguma lição. Confesso que a minha vida amorosa não seguiu as histórias dos contos de fada, tampouco os planos de adolescência. Os caminhos foram tortos, íngremes, com muitos altos e baixos e consequentemente com muita emoção. Eu vivo em uma montanha-russa de sentimentos. E creio que é aí que reside o meu entendimento sobre os relacionamentos. Estou em transição: uma jovem se tornando mulher experiente, uma legítima sonhadora se adaptando a um mundo cada vez mais virtual. Sou apenas uma mas poderia ser tantas que posso afirmar que igual a mim no mundo existem muitas e é para elas que escrevo: para as doces mulheres que se tornaram modernas mas que ainda acreditam nas histórias de amor.”

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