Ninguém nasce pronto, vamos nos construindo a cada dia, enquanto tivermos fôlego de vida.
Vale lembrar que, determinadas construções são, por demais, trabalhosas e cansativas, o que não é diferente em se tratando da construção da nossa identidade.
Nunca saberemos ao certo, o resultado final desse “projeto arquitetônico”, pois, uma parte considerável dessa obra dependerá dos “materiais” que iremos encontrar pela nossa caminhada. Esses materiais são, em parte, as nossas vivências e as pessoas com as quais teremos algum grau de convivência que seja significativo ao ponto de deixar em nós as suas digitais, podendo alavancar o nosso desenvolvimento ou aniquilar o nosso potencial criativo.
Não resta dúvida de que existem muitas águias vivendo como galinha simplesmente porque um dia tiveram o azar de ter tido algum contato com alguém que podou as suas asas.
Isso é mais sério do que possamos imaginar, e preocupante também. Existem multidões de pessoas vivendo infinitamente aquém das suas capacidades porque, em algum momento de suas vidas, elas foram convencidas de que não teriam capacidade de ir além do ponto que chegaram.
São as vítimas fatais das crenças limitadoras, verdadeiros reféns de seres destruidores de sonhos. Vale lembrar que, os destruidores de sonhos estão em todos os lugares, eles trabalham diuturnamente para isso, o que não significa que eles logram êxito em todas as suas investidas.
Esses seres sombrios logram êxito quando proferem suas malditas profecias em ouvidos que, por serem ou estarem vulneráveis, acabam acatando como verdade indiscutível aquilo que ouvem.
Uma vez que alguém ouve uma afirmação negativa e limitadora a seu respeito e não a questiona ou não a rejeita, ela será instalada em sua alma e, provavelmente será cristalizada, tornando-se praticamente uma sentença de morte, exatamente isso: morte do crescimento dela como pessoa.
Entretanto, quando um assassino de sonho lança a sua peçonha em ouvidos críticos, a história é bem diferente, havendo inclusive a possibilidade de o ouvinte sentir-se desafiado e ir além do que imaginava, causando uma enorme frustração naquele que desejava matar os seus sonhos.
Há ainda, um grupo de pessoas que tiveram a infelicidade de ter tido alguma ligação com os castradores de sonhos e que ficaram reféns de suas profecias por um tempo determinado, porém, por alguma razão, inquietaram-se e tempos depois, cortaram os cadeados das suas almas. Elas despertaram e decidiram resgatar aquilo que lhe roubaram.
Isso mesmo, elas ficaram por um tempo adormecidas acreditando não serem capazes de construir seus sonhos, aliás, já tinham até desistido de sonhar. Ao se darem conta da capacidade e do valor que possuem, elas despertaram e posicionaram-se diante da vida trazendo à tona todo o potencial que estava adormecido.
Em contrapartida, em nosso processo de construção como sujeitos, encontramos pelo caminho aquelas pessoas que semeiam sonhos em nossa alma, que delícia… que gratidão. São os nossos coadjuvantes na construção do que temos de melhor como pessoas, não importa a duração do tempo que estiveram conosco, elas deixaram em nós um lembrete de que somos capazes, de que somos merecedores do melhor, de que a dor sempre passa e de que o fato de errarmos não nos tornam incapazes.
São verdadeiros anjos que nos sinalizam que podemos sempre recomeçar, quantas vezes forem necessárias. Existem muitos desses anjos espalhados pela terra, são os verdadeiros porta-vozes de Deus.
Ah, essa corrente do bem não pode ser interrompida, então, cabe-nos reproduzir, de forma multiplicada, aquilo que recebemos dos anjos que cruzaram a nossa caminhada. Sejamos, então, multiplicadores de profecias do bem.
A cada pessoa que nos apresentar uma frase de desânimo, que sejamos capazes de animá-la, se for o caso, usando a nossa própria história de vida e que sejamos sempre bocas que profetizam curas e sonhos na vida daqueles que passarem por nossas vidas. Combinado?
Imagem de capa: Natalia Pimenova, Shutterstock