Reciprocidade. Essa é a palavrinha mágica que faz todo relacionamento dar certo e todas as pessoas serem felizes. Há, porém, uma grande diferença entre viver o sentimento de fato, de idealizar futuro relacionamento, onde não há a possibilidade de um segundo encontro.
Não é uma questão de mudar o status de relacionamento publicamente, nem precisar disso para se autoafirmar, a questão aqui é saber diferenciar uma fantasia de um relacionamento em potencial, sem forçar a barra ou ter um surto psicótico.
As desculpas usadas por pessoas que não querem se envolver são inúmeras: “não vamos rotular nosso relacionamento” ou “estamos em momentos diferentes”, são as mais clássicas e utilizadas por quem quer o privilégio da companhia, mas não o compromisso que isso envolve.
Tem gente que grita aos quatro ventos que não sabe amar e que não quer assumir um relacionamento sério, o que alias, é um direito. Mas, devemos sempre ter claro que, quando o assunto envolve sentimentos, há pessoas e pessoas. Enquanto alguns são sinceros em assumir ou não, as relações, outros afirmam não estarem preparados e, meses depois, aparecem casados e com filhos com, claro, outras pessoas.
O amor não é vendido em uma caixa, com o modo de fazer descrito. Pelo contrário, há várias formas de amar e todos elas devem ser respeitadas. Há casais que preferem viver em casas separadas, outros ficam mais grudados que “banana felipe”. E tudo bem! O problema é enxergar amor onde não tem, reciprocidade onde nunca existiu e, um futuro relacionamento, com quem não atende nem suas ligações. Em outras palavras: se vocês não se assumem, vocês não têm um relacionamento.
Em um dos livros mais lidos do mundo, Dom Quixote, de Miguel de Cervantes, há um diálogo entre o protagonista e seu fiel amigo Sancho Pança que relata como o medo, seja ele em que esfera se apresente, consegue aprisionar as pessoas através da cegueira psicológica: “Um dos efeitos do medo é perturbar os sentidos e fazer que as coisas não pareçam o que são”.
Há, inacreditavelmente, pessoas que partem da ideia de que se amarem incondicionalmente alguém, com o tempo, ele sentirá o mesmo. Sejamos realistas: mesmo que essa teoria fosse verdadeira, até onde (e quando) essas pessoas suportariam sofrer por amor?
Pé no chão, meu bem! Entre sofrer por uma paixão platônica à enxergar a realidade nua e crua, prefira a segunda ação. Daqui uns anos você irá entender o motivo.
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