Relacionamentos conturbados: bandeira vermelha!

Por Isabela Nicastro – Sem Travas na Língua

Às vezes acontecia de chegar à praia, em mais um dia ensolarado de férias e os salva-vidas terem distribuído placas vermelhas ao longo da orla. Era sinal de perigo e de que era preciso cuidado ao entrar para um mergulho. Algumas pessoas evitavam os banhos naqueles dias, preferiam apenas molhar os pés. No entanto, eu sempre arriscava, mesmo que saísse exausta dos “caldos” que tomava. Com os relacionamentos, não tem sido diferente.

Logo no começo, eu avisto algumas placas de perigo, que se escancaram aos meus olhos. Alguns leves sinais de que aquele relacionamento se mostrará um mar com ressaca: turbulento, complicado e, por vezes, perigoso. Porém, mesmo diante de tais sinais, eu insisto em arriscar. Insisto em acreditar que lutar contra as fortes ondas apenas me deixará fortalecida.

No entanto, a cada tombo, a cada briga, a cada decepção, meu corpo, ao invés de sair fortalecido, sai cada vez mais debilitado. No fundo, eu sempre soube que as condições ideais para um mergulho são as águas tranquilas. E aí, numa espécie de desafio ou tortura a mim mesma, decido me jogar de cabeça em algo que só consegue me revirar e me desgastar.

Por isso, às vezes a solução é apenas reconhecer os dias de mar agitado e pensar muito antes de arriscar. Quem sabe, ao sinal de um mar ou de um relacionamento conturbado, não seja a hora de ficar apenas na areia, aproveitando a luz do sol? Ou talvez, procurar locais mais tranquilos, em que as bandeiras sejam verdes, com áreas liberadas para mergulhos mais profundos.

Provar a si mesmo que consegue transformar um dia de ressaca em um mar de piscina é um desgaste, por vezes, bem doloroso. Não se sai da água sem possíveis arranhões ou cicatrizes, assim como não se sai de um relacionamento complicado sem grandes marcas. Dessa forma, com os tombos, aprendi que o desejo de flutuar em águas calmas deve ser maior do que a luta por salvação em dias de ressaca.

Apesar de mar calmo nunca ter feito bom marinheiro, ultimamente, tenho preferido pilotar menos, ter menos controle e mais paz. Que venha a calmaria!

Fonte indicada: Sem Travas na Língua

Imagem de capa: ViChizh, Shutterstock



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Capricorniana, 23 anos, jornalista. Apaixonada por mar, cães e cafés da tarde em família. Não dispenso bacon e muito menos uma boa história. Meu coração é intenso e grita mais do que a razão. Tenho o sentimento como guia e a escrita como ferramenta.

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