Não sou a favor de fazer promessas em vão. Mas te digo, não nasci para relacionamentos mais ou menos. Se chegar ao ponto do tesão não ser o mesmo, do respeito trocar de uma via de mão dupla para uma estrada em linha reta e do tal amor ficar escondido sob presenças casuais, prometo, desocupo os meus inteiros na manhã seguinte.
Algumas coisas não podem ser consertadas. Certos relacionamentos não foram feitos para durar. Alguns, com muita paciência e entrega, até duram umas boas estações. Mas são exceções, obviamente. Porque querer ficar com alguém é só o início de uma intimidade maior. Uma intimidade que depende da afinidade emocional entre os envolvidos. Vai além dos gostos em comum. E afinidade emocional é sinceridade, cumplicidade e amor mútuo. É quando o mais importante não é quem consegue ficar mais tempo sem dizer o que sente, mas sim quando ninguém precisa deixar de dizer o que está sentindo. Percebe a diferença?
Os meus inteiros não foram feitos para ficarem estacionados num amor qualquer. Se o que busco é um relacionamento composto de reciprocidade, devo ter em mente o momento certo para ancorar nas emoções de alguém e, a partir disso, também necessito estar em paz e sintonia com as minhas próprias intensidades. Espelhar expectativas sem antes cultivar um nível de autoconhecimento é a grande falha dos relacionamentos atuais. Como resultado, promessas e mais promessas vêm sendo quebradas com a justificativa do amor não ter dado conta.
Para relacionamentos mais ou menos, não nasci. Não tenho interesse, não aproveito, não sou a minha melhor versão. Porque não vejo sentido em prometer um amor que não está entregue, transbordando excitação e de mãos dadas com o daqui por diante.
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