Por Rosana Ribeiro- Psicóloga Clínica
Uma pessoa é dependente afetivamente quando sua autonomia está prejudicada, quando precisa de algo ou alguém para se sentir segura e tranquila, nas mais diferentes decisões em sua vida, desde as mais simples como que roupa vai usar, ou, até as mais difíceis, como que profissão escolher, se muda de emprego ou não, se continua namorando ou não, se casa ou não, enfim, em diversas situações.
Todos precisamos de uma opinião, em algum momento, a diferença está quando você depende realmente dessa opinião e não consegue seguir o seu objetivo se não for aprovado.
A dependência entra na vida da pessoa como uma muleta, para ser amparada, ocupa um espaço vazio. Ela pode ser de uma pessoa específica, para lhe dizer o que precisa ser feito ou uma droga, um vício, uma atitude de carinho excessiva.
Na verdade, essas pessoas ou objetos têm uma única função para o dependente afetivo: dar a sensação de segurança que precisa para suportar problemas, tensões e dificuldades pessoais ou sociais. A questão é que a segurança não está nas relações que fazemos, não é algo que vem de fora, é algo que existe ou não dentro de nós. Nossa segurança e autoestima são os reguladores de nossa maturidade emocional, no caso do dependente emocional, elas estão prejudicadas.
Nascemos dependentes e ao longo de nosso desenvolvimento humano nos tornamos independentes, o vínculo criado entre os pais, vai dando lugar ao aprendizado e o crescimento emocional, quando isso não acontece, o indivíduo se torna dependente emocional da mãe, cônjuge, amigos ou qualquer pessoa que possa suprir esse vazio. Levy Moreno diz que toda a saúde e doença emocional nasce nas relações, ou seja, são aprendidas durante o desenvolvimento através dos modelos que recebemos, primeiro por nossa família de origem, em segundo, através das demais relações que vivenciamos durante a vida.
Aprendemos a nos relacionar com o mundo pelas regras que recebemos em nossa família. A dependência afetiva, muitas vezes, nasce e é sustentada por problemas no sistema familiar, pelos conflitos pessoais.
Ninguém é dependente sozinho, DEPENDÊNCIA AFETIVA é uma via de mão dupla, se uma criança é dependente afetivamente da mãe, com certeza, a mãe também o é, ambos alimentam essa relação.
A família é quem estimula e acredita em seu potencial, ajudando-a a ter a certeza que conseguirá superar suas dificuldades. Dessa relação, nasce a autoestima e a sensação de segurança pessoal.
Todo o ser humano nasce com uma capacidade de cuidar de si, um potencial que precisa ser estimulado, se não recebe esse estímulo, torna-se dependente. Na prática, acabam por não confiarem em si mesmas e em seu valor pessoal, deixam de oferecer o seu melhor na vida, no trabalho e em seus relacionamentos.
Quando crianças aprendemos com nossos pais a termos responsabilidades e a superar frustrações, isso é realizado através dos limites e das responsabilidades impostas por eles, uma falha nesse processo, podemos modificar nossa condição inata.
Fonte indicada: Psicofaces
Imagem de capa: Dmytro Zinkevych/shutterstock