Arrogância é o orgulho desviado. Algumas vezes se confunde arrogância com orgulho. Uma pessoa orgulhosa, se ela é inteligentemente orgulhosa, não é arrogante. Orgulho é a satisfação de fazer algo, orgulho de alguém, de uma obra, do resultado obtido, da família que se constrói, da casa que se tem, de um sucesso. Isso é diferente de arrogância. Porque arrogância é a postura de alguém que entende que aquilo que fez ou aquilo que tem é superior a qualquer outra coisa. Sentir orgulho de ter conseguido algo é absolutamente diverso de sentir-se arrogante, isto é, arrogar-se, colocar-se numa posição superior.
Quase sempre esse orgulho desviado, essa ideia de um orgulho que ficou maximizada, torna-se um vício, que é a arrogância. Há ainda outro nome: soberba. Caracteriza a pessoa que se coloca acima, aquela que costuma dizer, em várias situações, : “Você sabe com quem está falando?” Ou a que gosta de ostentar, seja o cargo, a propriedade, a autoridade. Aí, não é algo que dê orgulho. Fazendo um trocadilho meio estranho, mas verdadeiro, dá engulho.
Dá ânsia imaginar pessoas que, por causa do lugar onde estão, daquilo que possuem, do estudo que conseguiram, sejam capazes de ter soberba e arrogância, em vez de usar a vida para partilhar e ficarem orgulhosos daquilo que conseguiram.
Melhor pensar como os chineses, e gosto de retomar esse antigo ditado, “quando a partida de xadrez termina, o peão e o rei vão para a mesma caixinha”…
Mario Sérgio Cortella no livro Pensar bem nos faz bem-vol2