Por vezes nos perguntamos qual o sentido da vida, qual o sentido de cada dia que passamos ou então o que nos motiva a seguir em frente e acordar a cada dia, abrir os olhos e desejar fazer algo novo e diferente. Qual será o nosso papel perante a sociedade ou qual é nossa importância na vida dos outros? Entre pensamentos e questionamentos internos, sobram perguntas sem respostas, perguntas essas que nos deixam inquietos por mais tempo do que podemos imaginar. O que julgamos ser essencial para nossa vida, para nosso dia a dia? O quê não conseguimos abrir mão com facilidade e em alguns momentos nem mesmo em dificuldade somos capazes de renunciar?
Entre tantas e tantas coisas, cada um de nós talvez entenda a seu modo e encontre diferentes motivos que possam ser considerados essenciais. Para uns pode ser o amor, outros o dinheiro, a sabedoria, ou talvez o sexo, a felicidade, a adrenalina, enfim, a cada pessoa ouvida um novo elemento surgirá. Mas afinal dentre todos eles o que é de fato essencial, o que nos move em busca de um sentido único e maior que tudo isso? Será que existe um elemento primordial do qual todos nós somos parte, algo que nos leve a algum lugar e nos faça desejar cada vez mais o novo dia que ainda está por vir. Entre perguntas sem respostas e respostas sem perguntas, talvez sobre espaço para questionamentos ainda maiores sobre o que nós, simples seres humanos somos capazes de fazer em busca da felicidade, ou de momentos que consideramos felizes. Mas afinal o que é ser feliz?
Passamos toda uma vida correndo em busca de um prêmio que só existe em nossa mente, lutamos uma batalha por dia sem saber qual o real motivo. E então quando menos esperamos tudo se vai pelo vão dos dedos, tornando-se algo tão inútil e sem necessidade. Por ironia do destino entramos no mundo completamente sozinhos e saímos sozinhos também. Até mesmo irmãos gêmeos precisam nascer um após o outro. Porém no decorrer da vida iremos descobrir quais são nossas prioridades e o que desejamos para nossa vida.
Nenhum de nós nasceu para viver sozinho, isso é verdade. Em algum momento da vida iremos precisar de algo ou alguém que não podemos deixar de pensar em estender uma mão. Nós precisamos de ajuda, precisamos de apoio, precisamos ter por quem correr ter pra onde correr. Mesmo que seja alguém imaginário, mas esse alguém sem dúvida será capaz de nos motivar a seguir adiante e não desistir. Amar faz parte também da vida, para uns, esse é um dos principais propulsores que a vida pode te oferecer. Deixar de amar e acreditar é algo extremamente triste. Quando falta o amor, falta a confiança, a perseverança, a vontade de continuar. Ficamos sozinhos, nos sentimos estranhos, sem ter pra onde ir. Um coração solitário é mais rancoroso, guarda mais magoa e então no silêncio do quarto escuro e solitário da casa vazia, somente o choro pode ser ouvido. E chega um determinado momento que ele se torna uníssono e passamos então a escutar somente a solidão. Junto com a solidão vem a agonia e o desespero, e são nesses momentos que cometemos as piores escolhas de nossas vidas. São nos momentos escuros que os nossos monstros internos saem para se divertir, e causam estragos inimagináveis em nosso futuro.
Talvez por esses motivos precisamos ser mais fortes ainda, acreditar que pode existir um momento maior e melhor. Que as coisas podem dar certo, e então assim poder seguir em frente. Deixamos a solidão de lado por alguns minutos e nos entregamos novamente a vida. Fazemos novas escolhas, encaramos novos fatos, arriscamos novamente. E é nesse momento que escolhemos amar, que escolhemos ser felizes, que optamos em não viver na solidão e na escuridão dos dias sombrios que nos cercam. E nesses momentos, raros na verdade, a vida passa a ter algum sentido, algumas coisas se encaixam, ou pelo menos tentam se encaixar, mesmo que quase sem querer, e assim nos sentimos um pouco menos sozinhos e todas aquelas dúvidas ficam em segundo plano porque o mais importante é viver e ser feliz. E acima de tudo acreditar que um novo dia vai chegar e somente nós seremos capazes de mudar nossa história.
Imagem de capa: Vera Petrunina, Shutterstock