Não é a toa que “afastar-se do mal” é um dos primeiros conselhos que recebemos dos nossos pais. Pessoas maldosas são vampiros da energia alheia, invejosos de conquistas e articuladores de planos destruidores. E, acredite, isso não é exagero!
A natureza humana é má. Temos nossos momentos de raiva, indignação, sede de vingança e isso é normal. Anormal é permitir que esses sentimentos dominem nossas atitudes.
O que difere uma boa pessoa de uma pessoa má é a forma como age diante dos fatos. Para convivermos em sociedade, temos a necessidade de nos controlarmos diante das mais diversas situações e é, exatamente isso, que separa os bons dos maus.
Saramago dizia que “não sabemos o que é ser infinitamente bom. Sabemos o que é ser relativamente bom. E sabemos que não somos capazes de ser bons toda a vida e em todas as circunstâncias. Falhamos muito. E depois reconsideramos, o que não quer dizer que o reconheçamos publicamente”.
Infelizmente a sociedade se acostumou com a maldade, já que, muitas vezes, ela se instaura de forma sutil e passa desapercebida por nossa vida. Disfarçada de pessoas amáveis, de situações inofensivas e de elogios falsos, a maldade vem com um único objetivo: destruir a autoestima de pessoas boas, honestas e felizes.
O psicólogo argentino Bernardo Stamateas, autor de “Gente Tóxica – Como Lidar Com Pessoas Difíceis e Não Ser Dominado por Elas” (publicado no Brasil), afirmava que estes parasitas sociais fingem ser amigos, mostrando o seu lado mais inofensivo, para ir minando, pouco a pouco, a segurança da vítima com comentários sutis e com maldades “inofensivas”.
“Na realidade, o seu objetivo é reduzir a autoestima e o valor da pessoa, para a sua autoridade aumentar. O que pretende é obter poder e controlo sobre tudo e todos”.
Não se iluda: a maldade não tem preferências. Para ela não interessa sua condição financeira, sua fisionomia ou sua profissão. O que, realmente, importa é o que fere a sua alma e o quanto você aguenta até cair. Então, o melhor a fazer é afastar-se.
Lillian Glass, escritora e especialista em comunicação, em seu livro Pessoas Maléficas , explica que um indivíduo venenoso afeta qualquer área de nosso bem-estar.
Na mesma linha de estudos, Lillian Glass publicou “Toxic People – 10 Ways of Dealing With People Who Make Your Life Miserable”, obra em que introduziu o termo “Toxic” para os estudos do comportamento humano. No livro, a autora descreve o perfil desses vampiros psíquicos: “alguns são indivíduos com uma autoestima tão baixa e que se sentem tão deprimidos que conseguem, para melhorar o próprio estado de espírito, absorver a alegria das pessoas que os rodeiam”.
Portanto, ao perceber que está sendo alvo da maldade alheia, apenas afasta-se. Não procure mudar o comportamento ou mostrar o quão erradas essas pessoas estão, isso seria como dar murro em ponta de faca. Entenda que, quem pratica o mal, pratica-o por prazer e não carrega culpa alguma ao fazer isso.
Queira o bem, faça o bem, viva o bem. Lembre-se que todo o sofrimento causado, volta para o lugar de origem, portanto, seja sábio em suas atitudes. Acredite que as pessoas boas não são raras e que, no caminho da vida, você encontrará milhares delas.
Selecione seus relacionamentos, analise suas amizades e respeite seus limites. Lembre-se que, o poder de lhe fazer mal, só é dado aos outros se você permitir.
Imagem de capa: Daxiao Productions, Shutterstock